segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

Entrevista

Agradeço a entrevista concedida pelo Dr. Carlos Alberto Muylaert Lima dos Santos, - o qual exerceu o cargo de presidente da Rede Panamericana de Inspeção, Controle de Qualidade
e Tecnologia de Pescado e Derivados - ao meu blog.


1 - Quais são os aspectos relevantes nas sustentabilidades do pescado no Brasil e no mundo.

Segundo a FAO a humanidade enfrenta um desafio: como assegurar sustentabilidade dos recursos pesqueiros quando o nível da demanda aumenta além do que nosso ambiente aquático é capaz de suprir? Some-se a isto o fato de que esta pressão parece aumentar continuamente como resultado do crescimento populacional e a expansão constante do comércio.

Para alcançar um uso sustentável dos recursos pesqueiros a FAO julga ser necessário estabelecer sistemas de gestão que limitem as capturas de modo que possam se enquadrar à capacidade ótima da natureza de recriar /reproduzir os recursos. Isto leva ao reconhecimento da importância chave da aplicação e garantia de direitos de pesca (ou reconhecer direitos informalmente já existentes). Isto significa que estes direitos têm de ser claramente definidos o que por sua vez implica que faz-se mister saber QUEM tem estes direitos (a quem pertence um direito de pesca), quais os limites precisos de cada direito, e de como estes direitos são protegidos e garantidos. Os sistemas de gestão devem criar incentivos que eliminem as pescarias que superem a capacidade dos recursos, limitem a inversão na captura e aproveitamento não proporcional aos volumes ótimos dos estoques pesqueiros dentro de um período longo de tempo, e encoragem o interesse dos pescadores na reconstrução e manutenção dos estoques pesqueiros.

O setor pesqueiro é particularmente susceptível ao impacto de outras atividades terrestres ou aquáticas sobre o ambiente marinho, sua qualidade e produtividade. Diante da certeza de que a pesca deve fazer uma contribuição ótima ao bem estar econômico e social, estas interações devem ser levadas em conta, através da integração em estruturas maiores de gestão das áreas costeiras.

No caso particular do Brasil tem importância prioritária a pesca artesanal que contribui de modo fundamental para a nutrição, segurança alimentar, sustentabilidade da subsistência e diminuição da pobreza. Mais uma vez segundo a FAO, esta contribuição da pesca artesanal à sustentação do desenvolvimento do país deve ser plenamente compreendida. A pesca artesanal e os pescadores artesanais não podem sejam marginalizados: sua importância para a economia nacional e segurança alimentar deve ser reconhecida, valorizada e amparada. Ao setor deve ser dado o poder de participação no processo decisório com dignidade e respeito através da gestão integrada dos sistemas sociais, econômicos e ecológicos que o alicerçam.

2 - Aspectos atuais sobre a utilização de medicamentos veterinários em aquicultura e sua repercussão atual na saúde humana

Com o desenvolvimento da aqüicultura e o conhecimento da existência de uma série de doenças que afetam os animais aquáticos houve um aumento no uso de medicamentos veterinários nos sistemas intensivo de cultivos. Os antibióticos passaram a ser comumente usados na aqüicultura de vários países para tratar infecções causadas por vários agentes patógenos tais como Aeromonas, Edwarsiella, Pasteurella, Vibrio e Yersinia. Os medicamentos são comumente usados como ingredientes de rações ou como revestimento de rações peletizadas e assim dispersos na água de cultivo. O uso destes medicamentos está associado a novos perigos e riscos para a Saúde Pública com referência ao consumo de pescado cultivado. Entre estes problemas e riscos estão os causados pelos resíduos de antibióticos e o desenvolvimento de resistência anti-microbiana nas bactérias que podem ser transferidas ao homem através do consumo do pescado cultivado. Os problemas incluem também alergias e efeitos tóxicos.

Um fator importante a considerar é a ausência de evidências científicas relacionadas à comprovação de que estes resíduos tenham causado malefícios aos consumidores. Muito do que se lê é histeria, sem comprovação prática.Pergunta-se: quantos casos existem esscritos na literatura especializada relatando que pessoas consumiram pescado cultivado e se intoxicaram com resíduos de verde malaquita, cloranfenicol ou nitrofuranos?

O controle destes problemas devem ser realizados através da aplicação do Sistema HACCP pelos produtores e seu controle restrito por parte dos Serviços de Inspeção de Pescado e Derivados. Mais especificamente, os medicamentos devem ter sido receitados por um veterinário, seu uso aprovado, doses e períodos de quarentena especificadas. Na prática, principalmente nos países em desenvolvimento (mas também naqueles industrializados) poucos medicamentos tem seu uso oficialmente aprovado. Isto leva ao seu emprego indiscriminado. Muito resta a fazer para alcançarmos estas metas.

3 - Pescado Seguro: mito ou realidade?

O pescado e seus derivados estão entre os alimentos mais sadios. A possibilidade de ter um pescado inócuo é uma realidade.

Entretanto, existem situações específicas nas quais o pescado pode apresentar um perigo real para o consumidor com risco para sua saúde. A maior preocupação prende-se ao consumo dos moluscos bivalves (mariscos, mexilhões, ostras) que por suas características fisiológicas concentram o alimento que filtram do meio ambiente em que vivem. Caso este ambiente esteja contaminado por germens patógenos (bactérias, vírus) ou biotoxinas (PSP, DSP, ASP) os bivalves têm a possibilidade de concentra-los, podendo oferecer grave risco ao consumidor. Outro problema grave se relaciona ao consumo de algumas poucas espécies de peixes altamente venenosos, por exemplo, certas espécies de baiacús. O pescado cultivado apesar de receber um maior controle sobre a matéria prima e as condições de produção, transporte, manipulação, processamento e distribuição, pode apresentar perigos e riscos específicos relacionados à presença de resíduos de medicamentos veterinários e agrotóxicos.

4 - Existe algum relato de surto de Legionella sp na cadeia produtiva de pescado?

Como você está ciente a Legionella é uma bactéria que vive naturalmente no meio ambiente (água e solo). É responsável por uma grave doença respiratória chamada “Doença dos Legionários”, responsável anualmente por numerosas fatalidades em vários lugares do mundo . O termo legionelosis inclui várias doenças causadas pela bactéria Legionella pneumophila incluindo a chamada “Pontiac fever”.

A Legionella é capaz de invadir sistemas de abastecimento de água públicos e domésticos e neles proliferar. As pessoas têm contato diário.com estes sistemas. Dependendo da susceptibilidade individual de cada um existe a possibilidade de que possam inalar um aerosol (gotas de água em aspersão) contaminado pela Legionella e venham a se infectar. A susceptibilidade depende de vários fatores inclusive a idade, o sexo, estado de saúde (ex: TB, Câncer, HIV, etc), duração da exposição, etc.

A Legionella multiplica-se na água entre 20 e 45˚C sendo a faixa ótima considerada entre 32 e 37˚C. Além do fator temperatura a Legionella requer uma fonte de alimento (qualquer matéria orgânica ou corrosão dentro do sistema de abastecimento de água), bem como um micro-habitat - um biofilme.

Ao invés de crescer ao aberto ou na água como um todo, a Legionella busca um nicho e prolifera em biofilmes e protozoários. Estes biofilmes consistem num filme fino de bactérias (sente-se gosmento se passarmos o dedo na superfície interna de um tanque, piscina, etc), e são naturalmente encontrados no interior dos sistemas de água de abastecimento, particularmente se existem condições permanentes de estagnação que só podem ser removidas mediante procedimentos de limpeza e desinfecção.

Surtos da Doença dos Legionários foram associados a diferentes sistemas de água de abastecimento inclusive os seguintes:

Torres de resfriamento e condensadores de evaporação
Sistemas de água quente e fria, especialmente chuveiros
Banhos de spa
Bebedouros
Fontes decorativas
Sistemas de aspersão para agricultura
Sistemas de ar acondicionado
Chuveiros de emergência e mangueiras de incêndio
Sistemas de irrigação e canos de mangueiras
Lavagem de veículos, carros e trens

Existem CÓDIGOS DE PRÁTICA que incluem o controle da Legionella na Indústria de Alimentos. Este é o caso da Inglaterra onde temos o documento “The prevention and control of Legionella spp. (including Legionnaires Disease) in food factories” e inclusive firmas especializadas em Auditorias de Riscos de Legionella, por exemplo, em hotéis.

Não há qualquer referência associando diretamente o consumo do pescado à doença. A doença é causada pela inalação de aerossóis contaminando com a bactéria. Logicamente, existe um risco potencial para os operários que operam em estabelecimentos de pescado e derivados, como existe para quase todas as pessoas que têm contacto diário com um ambiente propício à contaminação pela Legionella.

5 - Quais são as implicações da utilização de produtos não comestíveis provenientes de pescado parasitado com larvas com aspecto zoonótico?

Esta situação pode provocar a transferência da parasitose ao pescado cultivado que está sendo alimentado com uma ração contaminada com parasitos. Por exemplo, isto é descrito para o pescado cultivado em gaiolas flutuantes quando alimentado com rações húmidas contendo restos de pescado cru. Daí a importância do controle de qualidade (incluindo o controle da inocuidade) da alimentação destinada ao pescado cultivado. Mais uma vez os princípios do HACCP devem ser aplicados, neste caso, com um enfoque zoosanitário específico. Entre as medidas de controle podem figurar o tratamento térmico da ração de modo a eliminar a possível contaminação parasitária.

sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

Dia de Autógrafos com Cristiane Miranda


Disponível em: http://www.donnadonni.com.br/index.htm

Agradeço ao Enoamigo Oscar Daudt pela divulgação da minha Noite de Autógrafos no site Enoeventos http://www.enoeventos.com.br/aseguir.htm

quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

Rótulos de Produtos que contenham Peixes provenientes da Aquicultura

MINISTÉRIO DA AGRICULTURA, PECUÁRIA E ABASTECIMENTO
SECRETARIA DE DEFESA AGROPECUÁRIA
DEPARTAMENTO DE INSPEÇÃO DE PRODUTOS DE ORIGEM ANIMAL

RESOLUÇÃO Nº 1, DE 7 DE MARÇO DE 2008

O DIRETOR DO DEPARTAMENTO DE INSPEÇÃO DE PRODUTOS DE ORIGEM ANIMAL, DA SECRETARIA DE DEFESA AGROPECUÁRIA, no uso da atribuição que lhe confere o art. 902, do Decreto nº 30.691, de 29 de março de 1952, e o que consta
do Processo nº 21000.000035/2008-84, resolve:

Art. 1º Adotar a expressão "Peixe de cultivo: coloração resultante do corante utilizado na ração" em todos os rótulos aplicáveis aos produtos que contenham peixes provenientes da aqüicultura cuja coloração da musculatura tenha sido obtida por meio da alimentação com rações adicionadas de corantes.
§ 1º As novas solicitações de registro de rótulo deverão contemplar esta exigência, sendo imprescindível que no formulário de registro seja informada a origem do peixe (pesca extrativa ou aqüicultura), de forma a permitir a avaliação quanto à aplicabilidade da expressão.
§ 2º As rotulagens já aprovadas pela Divisão de Inspeção de Pescado e Derivados - DIPES, deverão ser adequadas à nova exigência num prazo máximo de 150 (cento e cinqüenta) dias, a contar da publicação desta Resolução, a fim de permitir a utilização dos estoques de rótulos já existentes. Durante este prazo, será permitida a utilização de etiquetas auto-adesivas sobre a rotulagem aprovada, contendo a expressão acima referida.

Art. 2º Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação.

Fonte:

quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

Novas informações do Ministério da Saúde sobre a morte do sul-africano de 53 anos, ocorrida no Rio de Janeiro

Os laboratórios da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) estão realizando três exames para diagnosticar a doença febril hemorrágica que causou o óbito:
1) Sorologia – para um indicativo de diagnóstico;
2) PCR – método de biologia molecular, altamente sensível, para identificar material genético do agente causador da doença;
3) Exame histopatológico – realizado em fragmento de fígado do paciente.

Os exames devem ficar prontos no início da próxima semana. Se for necessário, serão realizados exames complementares.

O Ministério da Saúde reforça que avaliação preliminar descartou as possibilidades de DENGUE, MALÁRIA e EBOLA. Ainda estão sendo investigadas as hipóteses de HANTAVIROSES, HEPATITES e LEPTOSPIROSE, além da infecção por ARENAVÍRUS.

O Ministério da Saúde enviou ao Rio de Janeiro cinco epidemiologistas de campo, da Unidade de Respostas Rápidas da Secretaria de Vigilância em Saúde, que estão investigando o caso em parceria com as secretarias Estadual e Municipal de Saúde.

Os profissionais de saúde dos dois hospitais – Barra D’Or e Casa de Saúde São José – que atenderam ao paciente já foram identificados e estão sendo monitorados por exames clínicos e laboratoriais. O Ministério da Saúde ressalta que o vírus suspeito de ter causado a morte do paciente, o arenavírus, pode ser transmitido por CONTATO DIRETO com secreções ou sangue de roedores ou de pacientes infectados.

Não é recomendada a realização de quarentena, pois o contágio acontece apenas após o aparecimento dos sintomas. O período de incubação do vírus varia de sete a 16 dias.

Prosseguem os trâmites diplomáticos (junto ao corpo diplomático da África do Sul no Brasil) e sanitários (junto à Agência Nacional de Vigilância Sanitária/Anvisa, Ministério da Saúde, Secretarias Estadual e Municipal de Saúde) necessários para o traslado do corpo até o país de origem. O corpo, que está acondicionado em caixão de zinco lacrado, permanecerá no necrotério da Casa de Saúde São José, em sala também lacrada, até a definição de seu destino.

Nos últimos dez anos, foram detectados 16 casos de infecção de estrangeiros por vírus semelhantes, durante viagens a países da África. Em nenhum desses casos houve relatos de transmissão entre humanos.

Fonte:
Ministério da Saúde, 3 de dezembro de 2008 – 14h10. Disponível em: http://189.28.128.100/portal/aplicacoes/noticias/noticias_detalhe.cfm?co_seq_noticia=56577
Acesso em: 4 dez 2008.

terça-feira, 2 de dezembro de 2008

En España hay 10 millones de alérgicos

Los especialistas afirman que en el aumento de la incidencia interviene la modificación de los genes, derivada de la influencia del entorno
La incidencia de las enfermedades alérgicas en España aumenta cada año en torno a un 1% y, en la actualidad, se estima que existen 10 millones de alérgicos.
El Dr. Ignacio Antepara, jefe del Servicio de Alergología del Hospital de Basurto, de Bilbao, y coordinador del Comité Organizador de la XXVI edición del Congreso Nacional de la Sociedad Española de Alergología e Inmunología Clínica (SEAIC), explicó que, "teniendo en cuenta el avance de las patologías alérgicas en la población española, se espera que, en la próxima década, el número de pacientes ronde los 20-30 millones".
También indicó que, principalmente, las patologías que están experimentando un mayor aumento son las denominadas "clásicas" en alergología, como la rinitis, el asma y la urticaria.
Estos y otros aspectos de las patologías alérgicas serán analizados por más de 1.000 alergólogos nacionales e internacionales durante el XXVI Congreso Nacional de la SEAIC, que se celebra hasta el 8 de noviembre en el Palacio de Euskalduna de Bilbao.
El informe Alergológica, cuya segunda edición fue elaborado en 2005 por la SEAIC en las consultas de alergia de toda España, indica que, respecto a los datos recogidos en 1992, fecha de la primera edición, el perfil de los pacientes ha aumentado en edad, con un mayor predominio de mujeres. Asimismo, se registra un mayor número de pacientes polisensibilizados -pacientes sensibilizados a varios alérgenos- que hace unos años.
Respecto a este informe, el Dr. Tomás Chivato, presidente de la SEAIC, señaló que la importancia y relevancia de este estudio ha animado a otros países europeos (Italia y Portugal) y latinoamericanos (Argentina, México y Brasil) a llevarlo a cabo con el mismo formato. Según precisó, los datos epidemiológicos, diagnósticos y terapéuticos de las distintas enfermedades alérgicas permiten obtener una información esencial de estas enfermedades y cómo influyen en la calidad de vida del paciente alérgico.
Otro de los datos importantes que se puede obtener de la comparativa entre ambas ediciones de Alergológica es la aparición de nuevos alérgenos, como el anisakis, y de nuevos pacientes alérgicos, apuntó el Dr. Chivato, quien destacó el aumento de pacientes inmigrantes que, tras varios años de residencia en España, se convierten en alérgicos.
Alergias tradicionales
Se estima que la mitad de las consultas que se producen en alergología son causa de los síntomas nasales producidos principalmente por una rinitis con o sin conjuntivitis. Esta patología, indicó el Dr. Antepara, forma junto al asma, la urticaria y el eccema las enfermedades alérgicas que más han aumentado en los últimos años, a pesar de que cada día hay más y mejores tratamientos frente a estas patologías.
Nuevas alergias al látex o a anisakis, que hace años parecía que se convertirían en epidemias, "hoy en día, gracias a las medidas tomadas, podemos decir que cada vez vemos menos casos en las consultas", apuntó.
En este sentido, los especialistas indican que, sin duda, en el aumento de las enfermedades alérgicas experimentado en los últimos años interviene la epigenética, que consiste en la modificación de los genes, derivada de la influencia del entorno, el ambiente o los alimentos ingeridos, entre otros.
"Aunque algunos autores también hace alusión a otros factores como las vacunas en los niños o la actividad de los antibióticos. Todo ello puede modificar la expresión de los genes y provocar que aparezcan patologías que antes permanecían ocultas. Por esta razón, en general, los nuevos tratamientos frente al asma y la alergia van a ir en esa línea, intentando bloquear la expresión de determinados genes. De hecho, este será el futuro de los tratamientos antialérgicos", indicó Antépera.
Asma
En la actualidad, el 27% de la población alérgica atendida en las consultas de alergia es asmática. Por ello, en este Congreso, los especialistas participantes tratarán en profundidad esta enfermedad.
El Dr. Antepara reconoció que el motivo de que todavía no se haya conseguido controlar la enfermedad, a pesar de la cantidad de tratamientos disponibles en la actualidad, se debe a que hasta la fecha el asma "se había tratado como una sola enfermedad con un solo tratamiento. Sin embargo, hemos visto que estábamos en un error y que esta enfermedad esta dividida en diferentes fenotipos, por lo que no todas las personas con asma son iguales y, por lo tanto, ello hay que tenerlo en cuenta en el diagnóstico, pronóstico y tratamiento".
Por otro lado, en el Congreso también se revisan los principales aspectos relacionados con la alergia producida por alimentos. Así, se abordará la importancia de un correcto etiquetado en los alimentos envasados por la presencia de alérgenos ocultos, el papel de las autoridades sanitarias, la industria alimentaria, del médico y del paciente, entre otros temas.

Fuente:
En España hay 10 millones de alérgicos. Disponível em: http://www.jano.es/jano/actualidad/ultimas/noticias/janoes/agencias/espana/hay/10/millones/alergicos/_f-11+iditem-4619+idtabla-1 Acesso em: 02 dez 2008.

quarta-feira, 19 de novembro de 2008

"Agrotóxico na Terra dos Outros é Refresco"

O discurso e a prática das multinacionais químicas na reavaliação de agrotóxicos no BrasilPor Bruno Milanez, Marcelo Firpo de Souza Porto, Jean-Pierre Leroy, Julianna Malerba, Jeffer Castelo Branco, Marcio Antonio Mariano da Silva, Zuleica Nycs e Michael Søgaard Jørgensen ** O Brasil é o segundo maior consumidor mundial de agrotóxicos 1. Entre 2002 e 2007, o faturamento líquido do setor passou de US$ 1,9 bilhão para US$ 5,4 bilhões 2 e tudo indica que o crescimento deve continuar, graças ao fortalecimento do modelo exportador de commodities agrícolas, que, diferente da visão agroecológica, trata a biodiversidade como praga a ser combatida através do uso intensivo de agrotóxicos. O lucro, porém, fica na mão de poucos: apenas dez empresas respondem por 90% do mercado nacional 3 – Bayer (Alemanha), Syngenta (Suíça), Basf (Alemanha), Monsanto (EUA), Dow Chemical (EUA), Milenia/Makteshim Agan (Israel), DuPont (EUA), FMC (EUA), Nortox (Brasil) e Arysta (Japão). Por comercializarem produtos com grande impacto sobre a saúde e o meio ambiente, essas companhias têm procurado construir uma imagem forte e vêm se apresentando como social e ambientalmente responsáveis. Assim, algumas delas – Syngenta, Basf, Monsanto, Dow, Milenia e Dupont – integram o Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social, uma associação “criada com a missão de mobilizar, sensibilizar e ajudar as empresas a gerir seus negócios de forma socialmente responsável, tornando-as parceiras na construção de uma sociedade sustentável e justa”. Segundo o próprio Instituto Ethos, “responsabilidade social empresarial é a forma de gestão que se define pela relação ética e transparente da empresa com todos os públicos com os quais ela se relaciona”4.Existe também um grupo mais seleto, formado por Bayer, Syngenta, Basf e DuPont, que participa do Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS), uma coalizão de empresas que tem por missão “integrar os princípios e práticas do desenvolvimento sustentável no contexto de negócio, conciliando as dimensões econômica, social e ambiental”. Para o CEBDS, o termo desenvolvimento sustentável significa “conciliar as necessidades econômicas, sociais e ambientais sem comprometer o futuro de quaisquer dessas demandas” 5.Uma terceira associação onde essas empresas têm igualmente um envolvimento ativo é o Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Defesa Agrícola (SINDAG), a principal entidade representativa dos produtores de agrotóxicos do país. As empresas líderes do mercado possuem uma atuação de destaque dentro do SINDAG e ocupam posições importantes na diretoria, incluindo presidência (Syngenta), vice-presidência (FMC e DuPont), diretoria administrativa (Milenia) e diretoria financeira (Basf), assim como suplência (Bayer, Dow, Monsanto e Arysta) 6.Porém, apesar de tratar-se das mesmas empresas, a atuação do SINDAG parece pouco convergente com o discurso adotado pelo Instituto Ethos e pelo CEBDS. Um dos exemplos disso é a liminar*** obtida na Justiça no início do mês de julho último, que interrompeu o processo de reavaliação de agrotóxicos realizado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), do Ministério da Saúde. A reavaliação é uma prática possível graças à constante inovação e pesquisa realizadas pelo setor químico e pelas áreas de saúde pública e meio ambiente. A partir de seus resultados, um agrotóxico poderia ser retirado do mercado por vários motivos: quando as pesquisas apontassem para novos riscos à saúde humana ou ambiental; sempre que fosse percebida uma perda de efetividade, em que os insetos ou ervas desenvolvem resistência ao veneno; ou ainda se produtos menos tóxicos fossem desenvolvidos para substituir os antigos. Além disso, ao contrário do processo de registro, nos quais as fabricante são as principais fornecedoras da informação sobre a toxicidade dos agrotóxicos, o procedimento de reavaliação conta com informações obtidas junto a instituições independentes. Iniciativas como essas permitiram ao governo proibir o uso de agrotóxicos como o DDT, em 1998, e o monocrotofós, em 2006. A redução contínua da toxicidade nesses produtos é uma estratégia fundamental para a diminuição dos casos de envenenamento químico no Brasil. Segundo o Sistema Nacional de Informações Tóxico-Farmacológicas, em 2006, os agrotóxicos de uso agrícola e doméstico foram, respectivamente, a segunda e terceira causa de intoxicações humanas no país, totalizando quase 9.600 registros, 17% acima do ano anterior 7. Estes dados, porém, representam apenas a ponta do iceberg, pois as estimativas indicam que para cada intoxicação por agrotóxico notificada, há outras 50 não comunicadas 8. A maior parte delas ocorre no campo, entre trabalhadores rurais, muitas vezes incluindo mulheres e crianças. Essa situação decorre da combinação de vários fatores, como a elevada toxicidade dos produtos, a forma irresponsável com que são vendidos, a falta de orientação adequada aos usuários e o baixo nível de informação e treinamento dos agricultores. Uma pesquisa realizada no norte do país mostrou que muitos agricultores desconheciam o código de cores utilizado para classificar o nível de toxicidade dos produtos (vermelho para extremamente tóxico, amarelo para muito tóxico etc). Além disso, mais de 75% dos entrevistados afirmaram não ler a bula e nenhum deles conseguiu explicar corretamente o significado de pelo menos cinco dos 14 pictogramas utilizados para instruir analfabetos sobre, por exemplo, o uso de máscara e luvas de proteção 9. E o risco de intoxicação não se restringe apenas aos trabalhadores rurais e seus familiares; utilizados incorretamente, os agrotóxicos contaminam a comida que vai para a mesa de toda a população. Para quantificar esse problema e alertar a população, em 2001, a Anvisa iniciou o Programa de Análise de Resíduos de Agrotóxicos em Alimentos, que busca identificar o excesso de químicos nos alimentos e o uso de agrotóxicos em culturas para as quais eles não são indicados. A avaliação de 2007 indicou que 45% das amostras de tomate, 43% das de morango e 40% das de alface apresentavam situação insatisfatória quanto à presença desses produtos 10. Processos de reavaliação ocorrem em todo o mundo e não são exclusivos do Brasil. Na Europa, a Diretiva 91/414/EEC criou um programa para rever sistematicamente as substâncias ativas usadas em agrotóxicos em circulação no mercado. Segundo essa diretiva, um produto deve ser aprovado por períodos não superiores a dez anos e o registro pode ser revisto a qualquer momento. Nos Estados Unidos, a Agência de Proteção Ambiental vem desenvolvendo um amplo programa de “re-registro”, uma revisão completa dos efeitos dos agrotóxicos sobre o meio ambiente e a saúde humana. São analisados aproximadamente 1.150 ingredientes ativos, organizados em 613 grupos de agrotóxicos. Nos últimos anos, 229 deles tiveram seu registro cancelado 11, uma demonstração de que esses instrumentos de reavaliação de agrotóxicos são fundamentais para evitar que os trabalhadores rurais, a população em geral e os ecossistemas corram riscos desnecessários. No Brasil, segundo o decreto nº 4.074/2002, “cabe aos Ministérios da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Saúde e do Meio Ambiente, no âmbito de suas respectivas áreas de competências [...] promover a reavaliação de registro de agrotóxicos [...] quando surgirem indícios da ocorrência de riscos que desaconselhem o uso de produtos registrados”. A iniciativa é muito importante, pois ao contrário dos medicamentos, o registro de um agrotóxico não tem prazo de validade. Portanto, somente a partir da reavaliação o governo pode retirar do mercado produtos obsoletos ou que já possuem substitutos menos tóxicos. A reavaliação de agrotóxicos no país vem sendo realizada pela Anvisa desde 2000 e prioriza aqueles produtos com toxicidade aguda ou com possibilidade de causar danos no longo prazo, como câncer e má formação fetal. Até este ano, a reavaliação era discutida e acompanhada por representantes da Anvisa, do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis), do Ministério da Agricultura, do SINDAG e da comunidade científica. A partir de julho de 2008, com a publicação da RDC 48/2008 pela Anvisa, um novo procedimento foi adotado: a comissão de avaliação passou a ser formada apenas por representantes da Anvisa, Ministério da Agricultura e Ibama, e foram incluídas consultas e audiências públicas, permitindo assim que membros da sociedade como um todo possam participar do processo. Durante a reavaliação, um produto não é necessariamente proibido: dependendo das informações obtidas pela Anvisa, o registro do agrotóxico pode ser mantido, alterado ou suspenso. Em casos extremos a solução obviamente é o seu cancelamento. Para 2008, a Anvisa havia programado a reavaliação de 14 substâncias escolhidas principalmente com base na literatura científica existente, bem como nas novas restrições estabelecidas no cenário internacional. Desse total, o SINDAG conseguiu, com a liminar obtida na justiça, interromper a reavaliação de nove princípios ativos (triclorfom, parationa metílica, metamidofós, fosmete, carbofurano, forato, endossulfam, paraquate e tiran). O quadro abaixo resume a situação de três desses agrotóxicos.
PRODUTOS PERIGOSOSMETAMIDOFÓSRegistrantes: Agripec/Nufarm (Austrália), Arysta (Japão), Bayer (Alemanha), Cheminova (Dinamarca), Fersol (Brasil), Milenia/Makteshim Agan (Israel), Sipcam Isagro (Itália).Riscos: toxicidade aguda. Nos seres humanos super-estimula o sistema nervoso, causando náusea e confusão. Sob exposição elevada, pode induzir parada respiratória e morte. Situação na Europa: reavaliado em 2006, teve seu uso permitido somente em plantação de batatas até 2008, quando passaria por nova reavaliação.Situação no Brasil: em 2004 foi o inseticida mais usado no país, sendo permitido no cultivo de algodão, amendoim, batata, feijão, soja e tomate.ENDOSSULFAMRegistrantes: Agripec/Nufarm (Austrália), Agricur/Makteshim Agan (Israel), Bayer (Alemanha), DVA (Alemanha), Milenia/Makteshim Agan (Israel), Nortox (Brasil), Sipcam Isagro (Itália)Riscos: toxicidade aguda e cancerígeno. Em animais, foi observada intoxicação do sistema nervoso e do sistema endócrino. Situação na Europa: proibido em 2005 com a decisão 2005/864/EC da Comissão das Comunidades Européias.Situação no Brasil: em 2004 foi o segundo inseticida mais usado no país, sendo permitido no cultivo de algodão, cacau, café, cana-de-açúcar e soja.PARATIONA METÍLICA Registrantes: Agripec/Nufarm (Austrália), Action (Brasil), Cheminova (Dinamarca), Prentiss (Brasil), DuPont (EUA), De Sangosse (França)Riscos: toxicidade aguda. Causa distúrbios no sistema nervoso.Situação na Europa: proibido em 2003 com a decisão 2003/166/EC da Comissão das Comunidades Européias.Situação no Brasil: em 2004 foi o quarto inseticida mais usado no país, sendo permitido no cultivo de algodão, alho, arroz, batata, cebola, feijão, milho, soja e trigo. Ao invés de apoiar o processo de reavaliação, que busca reduzir a exposição da população a diferentes produtos de alta toxicidade, as empresas ligadas ao SINDAG opuseram-se à movimentação da Anvisa. Dessa forma, de acordo com a decisão nº 69/2008 do Juiz Federal Substituto da 13ª Vara do Distrito Federal, e “a fim de evitar qualquer dano às empresas”, foi determinado que a Anvisa se abstivesse de suspender ou restringir a comercialização de diversos agrotóxicos, até que a regularidade formal da reavaliação fosse analisada. Em outras palavras, por questões formais, a justiça vem adiando ações que poderiam evitar a intoxicação de muitas pessoas. Embora representantes do SINDAG afirmem que o sindicato “não quer impedir a reavaliação dos agrotóxicos” 12, novamente seu discurso parece incoerente com a prática das empresas. Em abril de 2008, a companhia japonesa Arysta conseguiu um mandato de segurança que obriga a Anvisa a manter o registro dos agrotóxicos produzidos a partir do acefato 13, um produto proibido na Europa desde 2003. Em julho, a italiana Sipcam Isagro entrou na justiça com um pedido de anulação do processo de reavaliação da cihexatina, numa tentativa de impedir que a Anvisa publique as restrições a esse agrotóxico 14; o uso desse produto foi cancelado na Europa em abril deste ano. De acordo com pesquisa divulgada nos fóruns de saúde ambiental, ações dessa natureza também vêm sendo utilizadas em outras localidades da América Latina. Na América Central, desde 1997, empresas do setor vêm participando das negociações sobre a unificação aduaneira na região. Essas companhias defendem e fazem lobby pela criação do Registro Único de Agrotóxicos, um mecanismo que estabeleceria uma “equivalência” de todos os sistemas de registro nacionais, independente dos seus graus de exigência. Por meio desse sistema de “harmonização”, quando um produto fosse registrado em um país, ele poderia circular livremente por toda a região, independente de proibições feitas pelas demais nações 15. Dessa forma, o comportamento dessas empresas desperta muitas questões que dificilmente poderiam ser respondidas a partir de uma perspectiva de responsabilidade corporativa: qual o real interesse e motivação das companhias associadas ao SINDAG quando decidem adiar o processo de reavaliação, cujo objetivo é proteger a saúde da população? Não deveriam as companhias que já possuem produtos substitutos menos tóxicos apoiar a Anvisa no banimento de agrotóxicos obsoletos? Como avaliar eticamente empresas que vendem no mercado global produtos que foram banidos em seus países de origem? Como conseqüência das ações das empresas associadas ao SINDAG, a Anvisa vem sendo impedida de realizar uma de suas atribuições fundamentais: proteger a saúde da população. Nesse contexto, é fundamental que seja amplamente divulgada à sociedade essa tentativa das indústrias, inclusive grandes transnacionais, de dificultar a atuação reguladora dos órgãos de saúde pública. Também o poder judiciário não pode permitir que uma medida ligada à garantia do direito à saúde dos cidadãos brasileiros seja flexibilizada em nome do interesse privado de empresas cujas atividades têm resultado em intoxicação de trabalhadores, contaminação de ecossistemas e diminuição da qualidade de nossos alimentos. À Anvisa deve ser garantido o poder de regular os agrotóxicos no Brasil e à sociedade o direito de participar e decidir sobre a utilização desses venenos no seu cotidiano. Além disso, esta discussão traz à tona outra maior: o modelo agrário baseado em monoculturas para exportação e a necessidade de alternativas de transição agroecológica, que apontem para um modelo eficiente que seja ao mesmo tempo socialmente justo e ambientalmente sustentável. * Texto publicado no Le Monde Diplomatique Brasil, em setembro de 2008, sob o título Os agrotóxicos e a força das multinacionais. ** Bruno Milanez e Marcelo Firpo de Souza Porto são pesquisadores da Escola Nacional de Saúde Pública da Fundação Oswaldo Cruz (ENSP/FIOCRUZ); Jean-Pierre Leroy é assessor da Federação de Órgãos para Assistência Social e Educacional (FASE), Julianna Malerba é técnica da FASE; Jeffer Castelo Branco e Marcio Antonio Mariano da Silva são membros da Associação de Combate aos Poluentes (ACPO); Zuleica Nycs é membro da Associação de Proteção ao Meio Ambiente de Cianorte (APROMAC) e Michael Søgaard Jørgensen é professor da Universidade Técnica da Dinamarca. Os autores são membros do GT Químicos da Rede Brasileira de Justiça Ambiental.*** Durante a edição desse boletim, recebemos a excelente notícia de que foi revogada a liminar que impedia a ANVISA de reavaliar os agrotóxicos, impetrada pelo SINDICATO NACIONAL DA INDÚSTRIA DE PRODUTOS PARA DEFESA AGRÍCOLA - SINDAG. Acesse aqui a sentença.Notas1 Invertia. “Brasil caminha para liderar uso de defensivo agrícola”, disponível em http://br.invertia.com/ 2 ABIQUIM. “A indústria química brasileira em 2007”, disponível em http://www.abiquim.org.br/ 3 L.O.M. Velasco e L.X.L. Capanema, “O setor de agroquímicos”, BNDES Setorial 24, 20064 Instituto Ethos, “Perguntas freqüentes”, disponível em http://www.ethos.org.br5 CEBDS, “Missão”, disponível em http://www.cebds.org.br. 6 SINDAG, “Institucional”, disponível em http://www.sindag.com.br/. 7 SINITOX, “Casos registrados de intoxicação humana e envenenamento. Brasil, 2006”. Disponível em http://www.fiocruz.br/sinitox/2006/brasil2006.htm 8 Frederico Peres, Brani Rozemberg, Sérgio Rabello Alves et al., “Comunicação relacionada ao uso de agrotóxicos em região agrícola do estado do Rio de Janeiro”, Revista Saúde Pública n° 35, 2001.9 A.V. Waichman, E. Eve, N.C.S. Nina, “Do farmers understand the information displayed on pesticide product labels? A key question to reduce pesticides exposure and risk of poisoning in the Brazilian Amazon”, Crop Protection, 2007.10 ANVISA, Programa de análise de resíduos de agrotóxicos em alimentos, 2007. Disponível em http://www.anvisa.gov.br/toxicologia/residuos/index.htm.11 EPA, Pesticide Reregistration Facts, disponível em http://www.epa.gov/pesticides/reregistration/reregistration_facts.htm. 12 Edson Pereira Filho, “Anvisa tenta retomar controle de agrotóxicos”, Folha de Londrina, 21/07/08.13 Tribunal Regional Federal do Distrito Federal. Consulta Processual – Processo nº 2007.34.00.042525-4, disponível em http://www.trf1.gov.br/ 14 Tribunal Regional Federal do Distrito Federal. Consulta Processual – Processo nº 2008.34.00.022395-5, disponível em http://www.trf1.gov.br/ 15 E. Rosenthal, “Who´s afraid of national laws? Pesticide corporations use trade negotiations to avoid bans and undercut public health protections in Central America”, International Journal of Environmental Health, 2005.

Fonte:
Agrotóxico na Terra dos Outros é Refresco. Disponível em:http://www.justicaambiental.org.br/_justicaambiental/pagina.php?id=2204 Acesso: 19 nov 2008.

terça-feira, 4 de novembro de 2008

Entrevista com Dr. Alex Augusto Gonçalves

Dr. Alex Augusto Gonçalves é Coordenador do Grupo de Interesse em Pescado e me concedeu a entrevista abaixo.

1 - O que é GI-Pescado?
O Grupo de Interesse em Pescado é uma rede brasileira de profissionais que atuam na área de ciência e tecnologia do pescado, dentre eles estão pesquisadores de universidades e instituições de pesquisa, profissionais que atuam no setor de controle de qualidade e pesquisa e desenvolvimento de empresas de pescado, fiscais federais do Ministério da Agricultura, técnicos da SEAP/PR, alunos de graduação e pós-graduação, além de empresários do setor.

2 - Quando teve início o GI-Pescado?
O Grupo de Interesse em Pescado – GI-Pescado, teve sua origem no Grupo de Pesquisa em Tecnologia do Pescado da Sociedade Brasileira de Ciência e Tecnologia de Alimentos (SBCTA) criado a mais de dez anos com o objetivo de reunir os diversos profissionais que atuam dentro da área de Ciência e Tecnologia do Pescado para troca de idéias, informações, discutir suas pesquisas, promover eventos dentro da área, etc.

Os coordenadores do GT-Pescado e depois GI-Pescado foram:
Biênio (GI-Pescado): 2009/2010: Alex Augusto Gonçalves
Biênio (GI-Pescado): 2007/2008: Alex Augusto Gonçalves
Biênio (GI-Pescado): 2005/2006: Alex Augusto Gonçalves
Biênio (GI-Pescado): 2003/2004: Alex Augusto Gonçalves
Biênio (GT-Pescado): 2001/2002: Alex Augusto Gonçalves (extra-oficial)
Biênio (GT-Pescado): 1999/2000: Walter Maia
Biênio (GT-Pescado): 1997/1998: Walter Maia
Biênio (GT-Pescado): 1995/1996: Marília Oetterer
Biênio (GT-Pescado): 1993/1994: Marília Oetterer
Biênio (GT-Pescado): 1991/1992: Marília Oetterer

Em virtude do distanciamento entre os profissionais, as reuniões eram feitas apenas a cada dois anos durante o Congresso Brasileiro de Ciência e Tecnologia de Alimentos (CBCTA). No ano de 2000, quando teríamos a tradicional reunião do GT-Pescado durante o CBCTA em Fortaleza (CE), por algum motivo a mesma não ocorreu. Assim, após algumas conversas com ex-coordenadores do GT-Pescado, eu decidi fazer uma reformulação na maneira de aproximar os profissionais da área e manter uma comunicação constante com os mesmos. Primeiramente optou-se por efetuar todos os contatos via internet e iniciar o cadastramento dos profissionais que tinham interesse em participar, que felizmente isso vem acontecendo até hoje.
Para iniciarmos uma nova etapa de trabalho, decidi mudar o nome do GT-Pescado para “Grupo de Interesse – Pescado”, o qual foi aprovado por unanimidade durante do CBCTA em 2002 (Porto Alegre, RS). Nesse novo grupo, não só apenas os que trabalham na área de Ciência e Tecnologia do Pescado se cadastrariam, e sim, todos àqueles que tenham algum interesse específico dentro da área de pescado.
Depois construi a homepage do GI-Pescado, mesmo que provisório e com constantes atualizações, e lá encontram-se uma listagem dos profissionais cadastrados, relação dos grupos de pesquisa, eventos dentro da área, links, Boletim – O Inspetor de Pescado (INFOPESCA), etc..
3 - Qual é o objetivo desse Grupo?

Divulgar os conhecimentos de ciência e tecnologia do pescado entre os colegas cadastrados no grupo.

4 - Qual é a importância do fórum para o GI-Pescado?
O fórum foi criado para facilitar a troca de informações entre os colegas cadastrados no grupo. Todos os profissionais que encaminharam sua ficha cadastral ao coordenador teve seu e-mail cadastrado automaticamente no fórum. Todos aqueles que desejam encaminhar uma sugestão ou dúvida, envia diretamente uma mensagem para gipescado@grupos.com.br.

5 - Quais são as metas do Grupo para o próximo o ano de 2009?
Continuar o trabalho que vem sendo feito e tentar buscar uma maior divulgação do grupo entre as entidades de pesquisa que atuam na área de ciência e tecnologia do pescado. O GI-Pescado é o “braço direito” da “Red Panamericana de Inspección, Control de Calidad y Tecnología de Productos Pesqueiros (RED-PAN)” aqui no Brasil, e como Diretor da área de Tecnologia da RED-PAN, tenho como meta fortalecer os dois grupos e tentar de alguma forma uma integração entre os três setores: universidade, empresas, instituições governamentais. Muita coisa ainda deve ser feita, como melhoria no website (ter um domínio próprio e mais espaço para disponibilizar imagens, vídeos, etc.), busca de mecanismos que permitam uma maior sintonia entre os pares no sentido de não dispersar pesquisas nas diferentes entidades, partindo para a elaboração conjunta e multi-institucional de projetos temáticos. Aproveitar os eventos científicos para promover reuniões do GI-Pescado e a sua divulgação.

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

Áreas de ponta sofrem falta de pesquisadores

Estudos em áreas como biodiversidade e mudanças climáticas esbarram em déficit de pessoal qualificado Outro gargalo competitivo que começa a se formar com o aumento dos recursos para ciência e tecnologia no Brasil é a falta de cientistas qualificados em algumas áreas estratégicas de pesquisa para o País, como mudanças climáticas, bioenergia e biodiversidade. À medida que cresceu a economia do País nos últimos anos, cresceu também a demanda por novos conhecimentos e novas tecnologias em todos os setores.“Mesmo 10 mil doutores por ano é pouco para tudo o que a gente quer fazer”, diz o biólogo molecular Marcos Buckeridge, da USP, que trabalha em uma das áreas mais competitivas da ciência brasileira na atualidade: a produção de biocombustíveis.Ele conta ter dificuldades para encontrar bons cientistas em bioinformática e fisiologia vegetal para trabalhar no Bioen, um projeto de R$ 73 milhões lançado recentemente pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), em parceria com o governo federal, governo de Minas e o setor privado. “Acho que não teremos gente suficiente. Precisamos absorver tudo que temos aqui e, ainda assim, é provável que teremos de trazer gente de fora.”A escassez de cérebros também começa a ser sentida na área de pesquisas climáticas, cruciais para a produção agrícola e a conservação ambiental. Só a Fapesp planeja injetar R$ 100 milhões em estudos sobre mudanças climáticas nos próximos dez anos, mas o especialista Pedro Leite da Silva Dias sente dificuldades para encontrar pesquisadores qualificados no tema, que exige treinamento multidisciplinar extenso.“Não vamos ter equipes de primeira linha em todas as áreas imediatamente. Entre tomar a decisão de investir numa área e ter pesquisadores formados leva tempo”, afirma Dias, diretor do Laboratório Nacional de Computação Científica (LNCC) e professor do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas da USP.O Brasil tem cerca de 200 mil pesquisadores trabalhando diretamente com pesquisa e desenvolvimento - mais de 70% deles alocados em escolas de ensino superior, segundo dados do Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT). É muito pouco, dizem os especialistas.O País está entre os dez que mais formam doutores no mundo, mas a proporção de titulados em relação à população ainda é baixa, como mostra um estudo recente organizado pelo Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE). Quando se considera o número de doutores por 100 mil habitantes, a posição do País cai de 10º para 27º num grupo de 34 países.“França e Espanha formam mais ou menos o mesmo número de doutores que nós, com um terço da nossa população”, diz o presidente do CNPq, Marco Antônio Zago. “O sistema ainda tem muito espaço para crescer”, completa o ministro de Ciência e Tecnologia, Sergio Rezende.No limiteDepois de um crescimento explosivo nos últimos 20 anos, a capacidade do sistema acadêmico de formar doutores parece estar perto do limite. Segundo Rezende, o País dificilmente atingirá a meta de formar 16 mil doutores por ano em 2010, como previsto no Plano Nacional de Pós-Graduação. Uma das causas pode ser a falta de estudantes qualificados.“Há uma certa saturação em termos de matéria-prima e do próprio sistema”, diz o ministro. O número de novos alunos matriculados em cursos de doutorado sofreu uma queda brusca entre 2003 e 2004 (de 11.343 para 9.623) e só no ano passado voltou ao patamar dos 11 mil, segundo informações da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), do Ministério da Educação. Os números de 2008 ainda não estão disponíveis.“Não há dúvida de que a pós-graduação precisa dar um novo salto significativo na formação de doutores, principalmente em áreas aplicadas, como a engenharia”, afirma Eduardo Viotti, pesquisador visitante do Centro de Estudos Brasileiros da Universidade Columbia, em Nova York, que foi um dos autores do estudo do CGEE.Historicamente, segundo ele, a expansão do sistema foi no sentido de formar doutores para a própria academia. Não houve ênfase na formação de especialistas com perfil voltado para a inovação tecnológica e a pesquisa de ponta, que é o que o País precisa agora.Contratação difícil“Falta muito cientista”, reforça o presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), Marco Antonio Raupp. “Precisamos formar mais gente e abrir mais vagas de trabalho para que esses novos talentos possam ser contratados. Hoje temos uma evasão de jovens, porque o sistema não consegue absorvê-los.”Segundo o estudo do CGEE, dos 40.271 doutores formados no País entre 1996 e 2003, 64% estavam formalmente empregados em 2004 - a maior parte na área de educação. Falta saber o que aconteceu com os outros 36%.Segundo Viotti, é provável que muitos estejam fazendo pós-doutorado - ou seja, sobrevivendo à custa de bolsas - ou trabalhando como professor visitante, o que não conta como emprego formal. “Isso não é necessariamente ruim, desde que seja uma fase na vida do profissional”, diz. “Mas, se tudo que o pesquisador consegue ao fim do doutorado é um emprego informal, certamente isso compromete a evolução do sistema.”Especialistas defendem não só a abertura de vagas como uma revisão das regras de contratação de pesquisadores, de modo a facilitar a absorção de novos talentos - e eliminar cientistas improdutivos do sistema.Fapesp vai em busca de cérebros no exteriorA Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) deve colocar nas próximas semanas um anúncio de emprego na revista britânica Nature - uma das mais influentes no mundo da ciência - à procura de pesquisadores estrangeiros interessados em trabalhar com biocombustíveis no Brasil.A proposta é atrair talentos de outros países para reforçar o Programa Fapesp de Pesquisa em Bioenergia (Bioen), lançado em julho, com aporte de R$ 73 milhões.“É um sinal de que o Brasil está entrando no mercado mundial de ciência e tecnologia para competir pelos melhores pesquisadores disponíveis”, diz o pesquisador Marcos Buckeridge, do Instituto de Biociências da USP, um dos coordenadores do programa. “Estamos passando de fornecedores para importadores de cérebros.”Anúncios desse tipo são comuns em revistas especializadas internacionais. Instituições, empresas, Estados e países fazem propaganda de sua infra-estrutura de pesquisa para atrair cientistas de determinadas especialidades. Nos Estados Unidos, grande parte dos pesquisadores é estrangeira.“Queremos incentivar a internacionalização”, diz o diretor científico da Fapesp, Carlos Henrique de Brito Cruz. “Não há razão para o Brasil ficar fora desse mercado. São Paulo tem atrativos de pesquisa que são perfeitamente competitivos com o que é oferecido em outros países.”Tradicionalmente no Brasil, as agências de fomento só fornecem dinheiro para bolsas nominais, em que o aluno já foi selecionado para o projeto. Desde o início do ano, a Fapesp reverteu essa equação: projetos temáticos já incluem dinheiro reservado para bolsas, que pode ser usado como “isca” para atrair pesquisadores de outros países. A única exigência é que o coordenador do projeto publique um anúncio mundial de concorrência para a vaga.

Fonte:
Áreas de ponta sofrem falta de pesquisadores. Jornal da Ciência. Acesso em: 03 nov 2008. Disponível em: http://www.jornaldaciencia.org.br/Detalhe.jsp?id=59671

terça-feira, 28 de outubro de 2008

FAO pede explicações a China sobre melamina em alimentos

PEQUIM - A Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) pediu explicações a China sobre eventuais traços de melamina na cadeia alimentar. A recente descoberta da substância química em Hong Kong em ovos procedentes da China provocou o temor de que a melamina esteja presente em alimentos como carne ou pescado, afirmou Zhang Zhongjun, diretor da FAO em Pequim.De acordo com Zhongjun, o ministério chinês da Agricultura abriu uma investigação para determinar se melamina foi adicionada aos alimentos para animais, o que explicaria sua presença na cadeia alimentar."Não conhecemos os detalhes da investigação. Queremos que nos comuniquem imediatamente os resultados", disse. "Se for confirmado que os alimentos estão contaminados, então a possibilidade existe", acrescentou.Segundo Zhang, alguns produtores podem ter pensado da mesma maneira como aqueles que adicionaram melamina ao leite para dar a aparência de um maior teor de proteínas.Quatro bebês morreram na China depois do consumo de leite adulterado com melamina e mais de 50 mil crianças foram infectadas e tiveram problemas renais.A rede de supermercados americanas Wal-Mart retirou das prateleiras na China, por precaução, os ovos da marca Hanwei, uma das principais do país. No fim de semana, as autoridades de Hong Kong anunciaram a descoberta de ovos adulterados com melamina desta marca.

Fonte: FAO pede explicações a China sobre melamina em alimentos. Acesso em 28 out 2008. Disponível em: http://www.correiobraziliense.com.br/html/sessao_4/2008/10/28/noticia_interna,id_sessao=4&id_noticia=43982/noticia_interna.shtml

terça-feira, 21 de outubro de 2008

Cadeias produtivas de uva e pêssego querem padronizar orientações técnicas

O Frutitec, encontro técnico sobre agroquímicos para a cultura da uva e do pêssego, reunirá representantes das cadeias produtivas, nesta quarta-feira (22), em Bento Gonçalves/RS, para discutir rastreabilidade e padronização de técnicas. Serão tratadas também tecnologias e tendências atuais do cultivo, como recurso para oferecer produtos dentro dos padrões exigidos pelo mercado e aumentar a competitividade.
Lançamento - Na abertura do encontro, a Embrapa Uva e Vinho lançará o Manual de Identificação e Controle de Doenças, Pragas e Deficiências Nutricionais da Videira. A publicação, elaborada pelos pesquisadores da empresa, estará à venda por R$ 10.
As inscrições para o Frutitec são gratuitas. Mais informações pelo telefone (54) 3468-0210. (Lis Weingärtner, com informações da Embrapa Uva e Vinho).

Fonte:
Cadeias produtivas de uva e pêssego querem padronizar orientações técnicas. 21/10/2008 Disponível em: http://www.agricultura.gov.br/ Acesso em: 21 out 2008.


Ômega 6 é ligado ao mal de Alzheimer


Esse tipo de ácido graxo pode ser encontrado em vegetais e nozes Ian Sample escreve para “The Guardian“: um ácido graxo, encontrado em alimentos considerados saudáveis, pode danificar as células do cérebro e aumentar o risco de Alzheimer, afirmam pesquisadores. Esse ácido graxo, que é parte essencial do ômega 6, em geral é encontrado em vegetais, frutas e nozes, considerados elementos vitais de uma dieta saudável. Contudo, testes realizados por cientistas nos Estados Unidos mostraram que o ácido araquidônico em grande quantidade está ligado a mudanças no cérebro observadas comumente em doentes de Alzheimer. Os pesquisadores mediram o nível desse elemento químico no cérebro de ratos saudáveis e também no de um grupo de cobaias criadas para desenvolver o Alzheimer. “A mudança que mais chamou a nossa atenção no rato com Alzheimer foi o aumento dos níveis de ácido araquidônico e metabólitos no hipocampo, centro da memória que é afetado logo no início e severamente pela doença”, disse Rene Sanches-Mejia, que conduziu o estudo no Instituto Gladstone de Doenças Neurológicas, em São Francisco, EUA. O ácido araquidônico forma uma barreira hematoencefálica, membrana que atua como um filtro e protege os neurônios contra a entrada de contaminantes perigosos na circulação sanguínea. O estudo, publicado na revista Neuroscience, sugere que o excesso de ácido araquidônico pode ser prejudicial. Bloqueio de enzimaEscaneamentos do cérebro mostraram que a doença de Alzheimer está ligada a um aumento de “placas” de proteínas em áreas-chave do cérebro. Essas placas atacam uma enzima que decompõe o ácido araquidônico numa variedade de elementos químicos. Os cientistas concluíram que, se bloqueassem a enzima, os níveis desses elementos químicos derivados do ácido araquidônico no cérebro dos ratos diminuiriam e eles não desenvolveriam problemas de memória e comportamento.
A doença pode ser caracterizada com os seguintes sintomas na fase inicial: dificuldade na fala e desorientação de tempo e espaço, dificuldade para tomar decisões e lembrar fatos recentes, perda de iniciativa. Fase intermediária: Dificuldade para realizar atividades cotidianas e para lembrar nomes de pessoas, necessidade de assistência na higiene pessoal, alterações de humor e de comportamento, como agitação, agressividade, delírios e apatia. Fase avançada: Os distúrbios de memória são mais acentuados e o aspecto físico da doença torna-se mais aparente. O portador tem dificuldade para alimentar-se sozinho, não reconhece familiares e amigos e tem dificuldade de locomoção. Causa: Ainda é desconhecida. Somente 5% dos casos têm explicação genética. Diagnóstico: Não existe um teste único. É feito com base em histórico familiar, análise dos sintomas e exames clínicos. De 5% a 8% são as probabilidades de uma pessoa de 60 a 70 anos desenvolver a doença. O risco sobe para 40% após os 85 anos de idade. (O Estado de SP, 21/10)

Fonte: Jornal da Ciência. e-mail 3624, de 21 de Outubro de 2008. Disponível em: http://www.jornaldaciencia.org.br/Detalhe.jsp?id=59423 Acesso em: 21 out 2008.

terça-feira, 14 de outubro de 2008

Seminário discute segurança alimentar e respostas do governo à conjuntura atual

Alta no preço dos alimentos, crise econômica, aquecimento global, produção de agrocombustíveis. Esses são temas que ganharam destaque no debate internacional este ano. Os impactos e os desafios dessas questões para a produção e acesso aos alimentos também têm sido discutidos por especialistas, por autoridades e pela sociedade em geral.
No dia 15 de outubro, véspera do Dia Mundial da Alimentação, será promovido o seminário Semana Mundial da Alimentação: os desafios para a segurança alimentar e nutricional e as respostas do governo brasileiro. Participam ministros, integrantes do Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea), presidentes dos conselhos estaduais, representantes de organismos internacionais e convidados.
A abertura será feita pelo ministro do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS), Patrus Ananias, pelo presidente do Consea, Renato Maluf, e pelo representante da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) no Brasil, José Tubino, às 9h30, no Auditório do Anexo I do Palácio do Planalto, em Brasília.
“Para o Dia Mundial da Alimentação temos uma ampla agenda de discussões a partir dos desafios propostos porque o acesso à alimentação é questão de soberania nacional, é assunto de Estado”, afirma o ministro Patrus Ananias.
Para a secretária-executiva do MDS, Arlete Sampaio, o seminário será importante para destacar as ações do Brasil no combate à fome e ressaltar a importância do País como exportador. “Este é um grande momento em que o Brasil pode impedir que os mais pobres sofram com alta dos preços e também se consolide como grande provedor de alimentos para o mundo”, enfatiza.
O presidente do Consea destacou que a alta no preço dos alimentos está num contexto de diversos componentes, como crescimento da demanda, expansão econômica, aumento do poder de compra dos mais pobres, alta do petróleo, quebra de safra e baixos estoques. "Mas, fundamentalmente, é uma crise de modelo", afirma.
O seminário é promovido pelo MDS, FAO e Consea e terá a participação de ministros e representantes dos ministérios do Desenvolvimento Agrário (MDA), da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), da Fazenda e da Secretaria Especial de Aqüicultura e Pesca (SEAP).

Fonte: Seminário discute segurança alimentar e respostas do governo à conjuntura atual Disponível em: http://www.agricultura.gov.br/ Acesso em 14 out 2008.

terça-feira, 30 de setembro de 2008

Quase 30 pessoas são indiciadas na China por escândalo de leite adulterado

PEQUIM - Vinte e sete pessoas foram indiciadas na China por envolvimento no escândalo do leite adulterado com melamina, que afetou mais de 50 mil crianças do país, informou a imprensa oficial.Estas 27 pessoas integram um grupo de 36 detidos durante a investigação do grupo lácteo Hebei Sanlu, principal empresa acusada, que em 11 de setembro admitiu que seu leite em pó infantil continha a substância tóxica, utilizada na fabricação de colas e resinas.Desde então, outras 21 companhias se viram envolvidas e o número de produtos afetados se ampliou a todo tipo de alimentos que contêm leite. Na segunda-feira, a agência oficial Nova China informou a detenção de 22 pessoas, todas implicadas na fabricação e venda de melamina e na adição da substância ao leite.O balanço oficial, divulgado em 22 de setembro, é de quatro bebês mortos em conseqüência de problemas renais provocados pela melamina. Este produto químico faz com que o percentual de proteínas do leite pareça mais elevado e é utilizado para ocultar a adição de água ao leite.

Fonte:
Quase 30 pessoas são indiciadas na China por escândalo de leite adulterado. Disponível em: http://www.correiobraziliense.com.br/html/sessao_4/2008/09/30/noticia_interna,id_sessao=4&id_noticia=36329/noticia_interna.shtml Acesso em: 30 09 08

segunda-feira, 29 de setembro de 2008

Parques tecnológicos crescem à sombra das grandes universidades

País já tem 57 parques tecnológicos, 80% no sul e no sudeste.
Jacílio Saraiva escreve para o “Valor Econômico”:
Entre unidades em operação, em implantação e em desenvolvimento, o Brasil tem 57 parques tecnológicos. Cerca de 80% deles estão nas regiões Sul e Sudeste, faturam R$ 1,2 bilhão por ano e abrigam 350 empresas - 90% são pequenas e médias companhias. Do total faturado, R$ 200 milhões são obtidos com a exportação de produtos. Quem tem esses dados é José Eduardo Fiates, conselheiro da Associação Nacional de Entidades Promotoras de Empreendimentos Inovadores (Anprotec), que realizou, junto com o Sebrae, o XVIII Seminário Nacional de Parques Tecnológicos e Incubadoras de Empresas, encerrado na semana passada, em Aracaju (SE). "Os parques são como shopping centers do conhecimento, com empresas no lugar de lojas e um ambiente favorável para fazer pesquisas e negócios", compara. Fiates é o idealizador da pesquisa Parques Tecnológicos no Brasil-Estudo, Análise e Proposições, realizada com a Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial-ABDI. O levantamento fez uma estimativa dos investimentos necessários para fazer dos parques brasileiros verdadeiros oásis para o desenvolvimento de produtos inovadores. Para Fiates, o valor médio de aportes públicos para a implantação de um centro com 40 companhias é de R$ 32,5 milhões, em cinco anos. Cada unidade pode gerar 7,5 mil empregos e mais de R$ 300 milhões em receita, no mesmo período. "Do total de parques nacionais, cerca de 20 têm potencial de copiar, em cinco anos, o mesmo estágio de excelência de unidades internacionais", diz ele. Para fazer a pesquisa, Fiates visitou centros tecnológicos modelos em Taiwan e na Finlândia e garante que a média de exportação de um único complexo taiwanese chega a US$ 16 bilhões por ano, enquanto todos os empreendimentos brasileiros exportam, juntos, US$ 200 milhões. "O Brasil precisa de uma estratégia para desenvolver melhor os parques que têm e os que ainda vão surgir," diz ele. Esse setor não pára de crescer. Prova disso são novas unidades e ampliações de operações em São Paulo, Pará e Sergipe, que aproveitam a proximidade com universidades locais e a vocação econômica das regiões para fortalecer projetos de pesquisa. O Parque Tecnológico de Ribeirão Preto (SP), previsto para sair do papel em 2009, quer se destacar em pesquisas na área médica e odontológica e deve receber 50 empresas. Com 1,1 milhão de metros quadrados, o empreendimento, avaliado em R$ 151 milhões, será construído ao lado do campus da Universidade de São Paulo-USP, de Ribeirão Preto, reconhecida pelos cursos na área da saúde. "A região já abriga mais de 40 companhias de equipamentos médicos", diz Geciane Porto, diretora-presidente da Fundação Instituto Pólo Avançado da Saúde de Ribeirão Preto-Fipase, uma das gestoras do projeto. Criado em 2003, o Sergipe Parque Tecnológico-SergipeTec, em São Cristóvão (SE), tem 141 mil metros quadrados e uma infra-estrutura que custou R$ 12 milhões. Vizinho da Universidade Federal de Sergipe-UFS, pesquisas biotecnologia, TI e energia. No setor de biotecnologia, o foco é o agronegócio, com ênfase na fruticultura. Na área de tecnologia, os pesquisadores querem desenvolver softwares para a gestão pública. "Já os estudos em energia vão privilegiar fontes renováveis, petróleo e gás", afirma José Teófilo de Miranda, diretor-presidente do SergipeTec, que conta com 23 empresas. O interesse do parque sergipano em energia é porque o Estado é o quarto produtor nacional de petróleo, tem o maior campo em terra e mais de 20 plataformas no seu litoral. O centro tecnológico vai ser usado como suporte ao Programa de Biodiesel de Sergipe, que pretende delimitar mais de 50 mil hectares de plantação de oleaginosas e erguer uma usina esmagadora de grãos com distribuição regional. Quatro mil agricultores familiares estão envolvidos no tratamento de sementes de girassol, com remessas garantidas para a usina de Candeias (BA). Ao longo dos próximos três anos, o programa deve gastar R$ 13 milhões em pesquisas. O parque sergipano também vai sediar uma biofábrica, a primeira do Estado, numa área de 3,6 mil metros quadrados e R$ 2,1 milhões em investimentos. A unidade, prevista para funcionar a partir do final deste ano, promete entregar, em um ano, 250 mil mudas de abacaxi e banana mais resistentes às pragas agrícolas. Uma outra fábrica vai criar inimigos naturais para o combate de pestes na citricultura e nas plantações de cana-de-açúcar. Há duas semanas, na região metropolitana de Belém (PA), ao lado do campus da Universidade Federal do Pará-Ufpa, foi lançada a pedra inaugural do Parque de Ciência e Tecnologia de Guamá, com 72 hectares de área. O centro de pesquisa deve estar pronto em 2010 e aposta em estudos de TI, energia, tecnologia do alumínio e biotecnologia - de olho na biodiversidade amazônica. A Vale e a Eletronorte, além do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais-Inpe, já garantiram lotes no parque. O investimento em infra-estrutura chega a R$ 46 milhões, com recursos da Ufpa, governo do Pará e BNDES. "A expectativa é receber até 200 empresas e 20% delas já estarão aqui no primeiro ano de funcionamento", promete Elane Ribeiro, coordenadora de incubadoras de empreendimentos e parques tecnológicos do governo paraense. O centro, o primeiro do gênero na região Norte, também vai ter oito laboratórios de desenvolvimento dirigidos por professores de universidades federais da região - mas não será o único. Marabá e Santarém devem ganhar seus próprios centros de pesquisa nos próximos dois anos. Experiências no exterior funcionam como inspiração Experiências bem-sucedidas no exterior podem inspirar os parques tecnológicos brasileiros a criar novas estratégias de gestão e geração de conhecimento. Segundo pesquisa realizada pela Associação Internacional de Parques Tecnológicos-Iasp com 276 complexos, 67,8% mantêm algum tipo de rede para a transferência de tecnologias. Atualmente, existem 1,2 mil centros tecnológicos no mundo. "Do total pesquisado, quase 90% afirma que as empresas abrigadas nos parques também participam de algum tipo de rede de conhecimento", afirma Paulo Miranda, diretor de projetos da Iasp. A entidade, sediada em Málaga, Espanha, reúne mais de 300 parques de 81 países. No Brasil, um dos principais desafios é vencer a dependência de recursos públicos. "Temos que sintonizar as linhas de pesquisa com prioridades regionais, nacionais e internacionais e contar com aportes regulares", analisa José Eduardo Fiates, conselheiro da Associação Nacional de Entidades Promotoras de Empreendimentos Inovadores-Anprotec. A França dividiu o país conforme regiões de desenvolvimento e pólos de inovação já existentes para facilitar o ingresso de empresas e investidores locais e estrangeiros. Foram eleitas seis áreas principais e 20 zonas com potencial de investimento. "Isso ajuda os empresários a saber onde montar um negócio com chances de crescimento e retorno financeiro", diz Fiates. No Reino Unido, a National Industrial Symbiosis Programme-Nisp (Programa Nacional de Simbiose Industrial) facilita a troca de experiências e negócios entre empresas de diversos setores e tamanhos - sem cobrar nada. "80% dos participantes da rede são companhias de pequeno porte", diz Paul Knuckle, gerente de desenvolvimento comercial da entidade de dez mil membros, criada em 2005, e que mantém corporações como Shell e NEC como consultores. Segundo o executivo, ao entrar na rede, a empresa informa o que oferece e o que gostaria de obter e o Nisp realiza o intercâmbio entre as companhias. "A simbiose industrial entre as organizações sempre alavancou a inovação tecnológica", garante Knuckle, que constatou que 75% das parcerias realizadas geraram algum serviço ou produto inovador. Financiado pelo governo inglês e por agências de desenvolvimento, o programa conseguiu espalhar 12 centros regionais no país. Entre 2005 e 2008, ações da rede conseguiram aumento de R$ 393 milhões nas vendas das empresas e ainda geraram mil novos postos de trabalho. Até o final do ano, o Nisp desembarca no Brasil: vai ensinar sua metodologia de permutas empresariais para empresas de Minas Gerais. A criação da rede deve durar oito meses. A África do Sul e a Índia também estão na mira do programa, que já está presente na China e México. No Brasil, a Fundação Parque Tecnológico da Paraíba-PaqTcPB, em Campina Grande, a 120 km de João Pessoa, também investe na troca de experiências e de conhecimentos entre os negócios incubados no complexo. Considerado o mais antigo parque do país, inaugurado em 1984, já colocou no mercado mais de 60 novas companhias. Recentemente, a área de cinco hectares ganhou mais três hectares - e 18 galpões industriais construídos nos anos 1920 serão reformados para sediar cerca de 20 empresas. "Companhias como a Nokia, Accenture e a CPM Braxis já reservaram espaço na área, que vai receber R$ 15 milhões de investimentos e abrir 450 postos de trabalho nos primeiros 90 dias de ocupação", afirma Francilene Garcia, diretora do PaqTcPB. "O próximo passo é trazer para os galpões fundos de investimentos e diminuir a distância entre empresários e investidores".

Fonte: Valor Econômico. Parques tecnológicos crescem à sombra das grandes universidades. Disponível em: http://www.jornaldaciencia.org.br/Detalhe.jsp?id=58922 Acesso em: 29 ago 2008.

sexta-feira, 26 de setembro de 2008

Brasil tem cultura de exagero no uso de medicamentos

Envenenamentos em crianças por produtos de limpeza e de higiene pessoal ou intoxicações medicamentosas em adultos são mais comuns do que se imagina. Dados do Ministério da Saúde – coletados em 2006 e compilados pelo Sistema Nacional de Informações Tóxico-Farmacológicas (Sinitox), ligado à Fundação Oswaldo Cruz – mostram que, em 2006, foram registrados 107.958 casos de intoxicação humana em 30 dos 37 Centros de Informação e Assistência Toxicológica em atividade no país, com um total de 488 óbitos. Em 2005, o número de intoxicações foi de 84.456 em 28 dos 34 centros, com 456 óbitos.Dos quase 108 mil casos registrados em 2006, os medicamentos lideraram a lista de principais agentes tóxicos que causaram intoxicações em seres humanos com 30,5% das ocorrências. Em seguida, vem a intoxicação por animais peçonhentos, sobretudo escorpiões (19,9%) e produtos sanitários de uso doméstico (11%).Para a coordenadora do Sinitox, Rosany Bochner, uma das conclusões dessa pesquisa é que há cultura de exagero no consumo e uso de medicamentos, o que traz sérias conseqüências, como o acúmulo e o armazenamento excessivo e desnecessário de medicamentos em casa. “Acredito que todos podem fazer uma reflexão diante disso: 28,6% das intoxicações por medicamentos ocorridas com crianças são acidentais e, portanto, poderiam ser evitadas”, observa.Os benzodiazepínicos (calmantes), antigripais, antidepressivos, antiinflamatórios são as classes de medicamentos que mais causam intoxicações. O mais alarmante é que as vítimas são, em sua maioria, crianças menores de cinco anos (24,1%), seguidas dos adultos de 20 a 29 anos (18,9%) e dos adultos entre 30 e 39 (13,6%).O número de ingestão indevida de medicamentos e drogas de abuso por adultos deve-se, em sua maioria, às tentativas de suicídio. Do total de 23.089 casos de intoxicação atribuídos às tentativas de suicídio, 14.263 (61,8%) estão relacionados aos medicamentos, 2.642 (11,4%) aos raticidas e 2.515 aos agrotóxicos de uso agrícola (10,9%).Em relação à letalidade, os agrotóxicos de uso agrícola (3,03%) lideram as causas de morte, seguido de raticidas (1,28%), drogas de abuso (substâncias que modificam, aumentam, inibem ou reforçam as funções do organismo - 0,95%) e produtos veterinários (0,6%).
CUIDADOS - Para ajudar a evitar intoxicações de crianças com remédios ou produtos de limpeza, uma das precauções é a compra de produtos com trava de segurança, além de manter todos os produtos tóxicos em local seguro e trancado, fora do alcance das mãos e dos olhos dos pequenos, de modo a não despertar sua curiosidade. Outras constatações da pesquisa são a forte presença de quatro circunstâncias de intoxicação: o erro de administração (o paciente toma uma dose maior que a indicada, por exemplo), a prescrição médica inadequada, o uso terapêutico que causa uma reação adversa e a letra ilegível do médico. Essas diferentes razões também podem ser apontadas como propulsoras de vários tipos de intoxicação. “O farmacêutico não é especialista em caligrafia e, portanto, não tem que ‘traduzir’ a letra do médico. O paciente precisa ter consciência de que não deve sair da consulta com nenhum tipo de dúvida”, diz Rosany.A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) tem alguns projetos em áreas como medicamentos, insumos farmacêuticos, produtos para saúde e agrotóxicos, sobre os quais a agência faz constantemente avaliações toxicológicas. Dentro desse contexto, está o Farmácias Notificadoras – atualmente, há cerca de 2,8 mil em mais de 800 municípios – responsáveis por comunicar às autoridades sanitárias reclamações dos consumidores sobre reações adversas e queixas técnicas relacionadas aos medicamentos.
A Anvisa presta informações de urgência pelo Disque-Intoxicação (0800-722-6001), que funciona para todo o território nacional e fica 24h no ar. A ligação é gratuita e o usuário é atendido por uma das 37 unidades da Rede Nacional de Centros de Informação e Assistência Toxicológica (Renaciat). A agência também disponibiliza em sua página da internet a cartilha Orientações para os Consumidores de Saneantes, com objetivo de orientar os cidadãos sobre como se prevenir dos produtos de limpeza clandestinos. Ela informa quais os cuidados que se deve ter ao comprar, usar e armazenar produtos de limpeza. São alvos do comércio não autorizado produtos como desinfetantes, raticidas, água sanitária, inseticidas, amaciantes e detergentes.“O papel principal da Anvisa é averiguar a reação adversa a medicamentos das doses consideradas terapêuticas. A intoxicação geralmente gira em torno de uma cultura de acesso fácil aos medicamentos, à sobra de produtos armazenados incorretamente em casa, enfim. No Brasil, há uma medicalização da doença e um acesso indiscriminado aos fármacos”, aponta Murilo Freitas, gerente de Farmacologia do Núcleo de Gestão do Sistema de Notificação e Investimentos em Vigilância Sanitária (NUVIG).
EXEMPLOS DE CONSCIENTIZAÇÃO “Não tome um remédio/Sem saber de onde ele vem/Sempre consulte o médico/Para ver se lhe faz bem./Ao médico devo ir/E o remédio devo tomar/E com a bula que vier,/Eu irei me informar”. Esses versos de Felipe Costa e Rodrigo Saboya, estudantes do 6º ano do colégio Pedro II, no Rio de Janeiro, ilustram a décima edição da revista Brincando e Aprendendo, projeto que ensina de uma forma criativa e com linguagem acessível, como evitar intoxicações de um modo geral.A iniciativa chegou neste ano à sua décima edição. “A cada ano, nos reunimos com os professores e propomos trabalhos que são realizados paralelamente às atividades em classe, em diversas disciplinas. O resultado é compilado e resulta na revista”, explica Rosany. Essa é apenas uma das iniciativas do Ministério da Saúde, no sentido de educar os jovens. Na página da internet do Sinitox (www.fiocruz.br/sinitox), na Série Prevenindo Intoxicações é possível visualizar e imprimir folders explicativos, com informações sobre plantas e produtos potencialmente tóxicos e animais peçonhentos e venenosos, como escorpiões, aranhas e lagartas.
O QUE É O SINiTOX?
Constituído em 1971 pelo Ministério da Saúde, o Sinitox reúne informações sobre medicamentos e demais agentes tóxicos existentes em nosso meio. Em 1985, a Fiocruz passou a divulgar, anualmente, os casos de intoxicação e envenenamento humanos registrados pelos Centros de Controle de Intoxicações existentes em nosso país. Atualmente, são 37 Centros de Informação e Assistência Toxicológica, localizados em 20 dos 27 estados brasileiros. Por isso, os números não representam a totalidade nacional.De acordo com a coordenadora do Sinitox, Rosany Bochner, o principal objetivo dos centros é coordenar o processo de coleta, compilação, análise e divulgação dos casos de intoxicação e envenenamento Brasil afora. Além disso, fornece informações sobre os diferentes tipos de intoxicação para os profissionais de saúde. “Entretanto, com o passar do tempo, muitos profissionais deixam de informar aos centros a ocorrência de intoxicações, pois já sabem como agir em determinadas circunstâncias. Por isso, a pesquisa deve ser interpretada como uma amostragem, uma sentinela para análise de dados”, pondera.
DICAS PARA EVITAR ENVENAMENTOS
- Mantenha sempre medicamentos e produtos tóxicos fora do alcance das crianças;
- Não utilize medicamentos sem orientação de um médico e leia a bula antes de consumi-lo;
- Não armazene restos de medicamentos e tenha atenção ao seu prazo de validade;
- Nunca deixe de ler o rótulo ou a bula antes de usar qualquer medicamento;
- Evite tomar remédio na frente de crianças;
- Não dê remédio no escuro para que não haja trocas perigosas;
- Não utilize remédios sem orientação médica e com prazo de validade vencido;
- Descarte remédios vencidos; não guarde restos de medicamentos;
- Mantenha os medicamentos nas embalagens originais;
- Cuidado com remédios de uso infantil e de adulto com embalagens muito parecidas; erros de identificação podem causar intoxicações graves e, às vezes, fatais;
- Pílulas coloridas, embalagens e garrafas bonitas, brilhantes e atraentes, odor e sabor adocicados despertam a atenção e a curiosidade natural das crianças; não estimule essa curiosidade; mantenha medicamentos e produtos domésticos trancados e fora do alcance dos pequenos.
Fonte: Brasil tem cultura de exagero no uso de medicamentos. Disponível em: http://www.saude.gov.br/ Acesso em: 26 set 2008.

terça-feira, 16 de setembro de 2008

Health Protection 2008

O evento discutirá as pesquisas científicas mais recentes e sua aplicação prática nas principais àreas de proteção da saúde. Instituição: Health Protection AgencyLocal: Warwick University - UK.
Período: 15/09 a 17/09/2008
Informações: A conferência irá apresentar as mais recentes investigações científicas e os novos desenvolvimentos em matéria de proteção contra doenças infecciosas, riscos ambientais e de preparação para emergências sanitárias. O evento é importante para todos que trabalham em defesa da saúde. Para participar basta se inscrever no site do evento.
Email: hpaconference@hpa.org.uk
Link: http://www.healthprotectionconference.org.uk/

Fonte:
Health Protection 2008 Disponível em: http://www.ensp.fiocruz.br/informe/evento.cfm?evento=9494&secao=436 Acesso em: 16 set 2008.

terça-feira, 26 de agosto de 2008

Gado orienta seu corpo de acordo com o campo magnético da Terra, diz estudo europeu

Os fazendeiros devem ser muito desligados, pois nenhum deles tinha percebido até hoje que bois e vacas, quando estão pastando ou descansando, tendem a alinhar seu corpo com o eixo norte-sul. E não estamos falando de orientação geográfica, e sim, magnética. Os bovinos, assim como corços e veados, percebem de alguma forma o campo magnético do planeta e usam-no como parâmetro para seu alinhamento em situações de ausência de estresse.Essa foi a conclusão de um estudo publicado esta semana no periódico norte-americano PNAS. O trabalho, realizado por pesquisadores alemães e tchecos, usou uma ferramenta pouco usual – o programa de visualização de imagens por satélite Google Earth.

Fonte:
Jornal da Ciência. Gado orienta seu corpo de acordo com o campo magnético da Terra. Disponível em: http://cienciahoje.uol.com.br/126775 Acesso em: 26 ago 2008.

quinta-feira, 21 de agosto de 2008

Bactéria se mata em prol das mais fortes

Em colônia de salmonela, sacrifício de algumas delas gera inflamação Bactérias como a salmonela podem agir como terroristas e se suicidar para que suas companheiras atinjam um objetivo maior: provocar uma infecção o mais virulenta possível. Segundo um estudo publicado hoje na revista científica britânica Nature (http://www.nature.com), essa "cooperação autodestrutiva" pode aparecer em populações por causa do benefício que fornece aos sobreviventes.Enquanto estudavam uma infecção de salmonela induzida em camundongos, os pesquisadores, liderados por Michael Doebeli, da Universidade de British Columbia (Canadá), observaram que certas bactérias se rompiam e liberavam moléculas causadoras de um processo de inflamação. Segundo os cientistas, esse comportamento funciona como um "ponto de apoio" para as outras bactérias em seu processo de "colonização" do organismo.Com isso, as sobreviventes ganhavam fôlego para provocar doenças como a enterocolite por salmonela, uma inflamação do intestino que pode causar cólicas, diarréia, vômitos, mal-estar e febre.Filantropia?Os pesquisadores afirmam que todos os indivíduos da população de bactérias têm os genes para sua autodestruição "desinteressada". No entanto, apenas um grupo de células realiza o sacrifício.Eles montaram um modelo matemático para mostrar como tal comportamento pode evoluir entre microrganismos que causam doenças. Se todos carregam os genes, mas apenas uma parte leva o plano adiante, os dados genéticos permanecem na colônia. Por isso, os genes continuarão presentes pelo benefício que conferem aos sobreviventes."Entender por que tantos patógenos exibem essa variação é essencial para o desenvolvimento de estratégias eficientes para seu controle", escrevem os autores na revista.

Fonte:
Jornal da Ciência. Bactéria se mata em prol das mais fortes. 21 agosto 2008. Disponível em: http://www.jornaldaciencia.org.br/Detalhe.jsp?id=58129 Acesso em: 21 ago 2008.

Brasil desenvolve nanodroga, menos tóxica

Pesquisas apontam que, além de minimizar efeito adverso, há eficácia Alexandre Gonçalves escreve para “O Estado de SP”: o Brasil já desenvolve seus primeiros medicamentos com nanotecnologia, uma das abordagens promissoras para a criação de drogas menos tóxicas e mais eficazes. Há 15 anos surgiram os primeiros grupos de pesquisa no País. Agora, antibióticos, anestésicos e quimioterápicos já são testados. Os progressos na área serão discutidos, hoje e amanhã, durante a 23ª Reunião Anual da Federação de Sociedades de Biologia Experimental (Fesbe), em Águas de Lindóia (a 170 quilômetros de SP). Nas terapias nanotecnológicas, o princípio ativo - principal substância do remédio - fica envolvido por uma "pequena caixa" - o nanocarreador. É como se o medicamento fosse empacotado para ser entregue no órgão no momento adequado para aumentar as chances de cura.A nanotecnologia, ciência que procura manipular a matéria no nível dos átomos e moléculas, é fundamental para construir os nanocarreadores. Muitas vezes, eles têm um diâmetro inferior a cem nanômetros. Para se ter uma idéia, um nanômetro equivale a milionésima parte de um milímetro. Um cabelo humano tem 100 mil nanômetros de espessura.ResultadosPacientes com câncer de fígado e pulmão costumam utilizar um quimioterápico injetável chamado doxorubicina que, ao cair na corrente sanguínea, espalha-se para todo o corpo, prejudicando tecidos sadios. A equipe do pesquisador Anselmo Gomes de Oliveira, da Universidade Estadual Paulista (Unesp), em Araraquara, colocou o remédio dentro de um nanocarreador construído com um nutriente muito consumido pelas células cancerosas. A maior parte do "alimento envenenado" foi digerida pelas células do tumor, causando sua destruição. A nova técnica diminuiu para um quinto a toxicidade.Na Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), o pesquisador Sócrates Tabosa do Egito envolveu o antibiótico amoxicilina com uma nanoestrutura magnética. Depois aplicou uma corrente elétrica no estômago de cobaias infectadas com Helicobacter pylori, bactéria capaz de causar úlceras. O medicamento, administrado por via oral, "estacionou" no órgão e penetrou na sua mucosa, liberando o antibiótico.O professor Antonio Tedesco, da USP de Ribeirão Preto aprimorou uma terapia para câncer de pele com o uso da nanotecnologia. Uma pomada tópica, em contato com uma fonte de luz vermelha, causa a morte das células cancerosas - o tratamento resultante é mais eficaz no combate a cânceres de pele mais profundos. O primeiro remédio nanotecnológico desenvolvido no Brasil deverá chegar ao mercado no fim de 2009. Será um anestésico desenvolvido pela equipe da pesquisadora Sílvia Guterrez, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul.

Fonte:
Jornal da Ciência. 21 de Agosto de 2008. Brasil desenvolve nanodroga, menos tóxica. Disponível em: http://www.jornaldaciencia.org.br/Detalhe.jsp?id=58116 Acesso em 21 ago 2008.

terça-feira, 5 de agosto de 2008

Os avanços da defesa animal transformaram Brasil em potência exportadora de carne

Os avanços da defesa animal transformaram Brasil em potência exportadora de carne
Brasília. Há 74 anos foi criado o Serviço de Defesa Sanitária Animal (SDSA) no Brasil, pelo Decreto nº 25.548, durante o governo provisório de Getúlio Vargas. De lá pra cá, o aprimoramento e os sucessivos avanços na área de saúde animal permitiram ao País se inserir cada vez mais no comércio internacional de carnes. O Brasil hoje é uma potência nesse setor e a qualidade do seu rebanho se revela nos números de exportação de carne para mais de 140 países. Está entre os maiores produtores e exportadores mundiais de carnes bovina, de aves e suína.
Antes da criação do SDSA, surgiu o primeiro desafio para a defesa animal, quando, em 1921, a medicina veterinária brasileira conquistou expressiva vitória ao erradicar a peste bovina. A doença ingressou no País por São Paulo, com as importações de bovinos de origem indiana que, antes de chegarem ao Brasil, aportaram em Antuérpia (Bélgica). No ano anterior, foi diagnosticada naquele país a epizootia que logo se espalhou para outros países da Europa. O episódio ensejou a criação, em 1924, da Organização Mundial de Saúde Animal que à época se chamava Escritório Internacional de Epizootias (OIE). O acordo de criação da OIE foi ratificado pelo Brasil e outros 23 países.
O regulamento, anexo ao decreto de criação do SDSA, previa normas para importação e exportação de animais e produtos de origem animal. Trazia, ainda, as regras para inspeção em portos e postos de fronteiras, para o trânsito de animais e para a fiscalização de mercados e feiras de animais vivos, além das medidas preventivas para combater as doenças infecto-contagiosas. A lei também concedia, aos serviços veterinários, livre acesso às propriedades rurais, estabelecimentos de criação, depósitos, armazéns, estações de trem, aeroportos, portos, navios atracados ou não, alfândegas e quaisquer outros lugares onde estivessem animais e despojos a inspecionar.
Entre as principais ações de defesa animal desempenhada pelo SDSA, destacam-se o controle da peste suína clássica, iniciado nas décadas de 1940 e 1950, hoje erradicada na maior parte do território nacional, e a luta contra a peste suína africana, constatada pela primeira vez no Rio de Janeiro, em 1978, e erradicada do Brasil desde 1984. Vale ressaltar também a erradicação da doença de Newcastle, o controle da raiva em herbívoros e o combate à tuberculose e brucelose bovinas.
A erradicação da febre aftosa no Brasil é um dos principais desafios da Secretaria de Defesa Agropecuária (SDA) do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). A doença foi constatada pela primeira vez no Brasil em 1895. Os últimos focos da doença ocorreram em 2006. Hoje, 18 unidades federativas são reconhecidas pela OIE como livre da febre aftosa. Apenas alguns estados das regiões Norte e Nordeste ainda são considerados de risco desconhecido.
Graças à intensificação das ações do Plano Nacional de Erradicação da Febre Aftosa (PNEFA) nas regiões Norte e Nordeste, a SDA tem expectativa de erradicar a doença, em todo o território nacional, até o ano de 2010. Além do PNEFA, o Departamento de Saúde Animal da SDA desenvolve o Programa Nacional de Sanidade Avícola (PNSA), o Programa Nacional de Saúde Suídea (PNSS), o Programa Nacional de Controle e Erradicação da Brucelose e da Tuberculose (PNCEBT), o Programa Nacional de Sanidade dos Eqüideos (PNSE), o Programa Nacional de Sanidade dos Animais Aquáticos (PNSAA), entre outros, e ainda regulamenta e controla a movimentação de animais e de produtos de origem animal no Brasil.
Na conjuntura do comércio mundial de alimentos, a saúde animal se torna cada vez mais essencial para o acesso a novos mercados e a manutenção destes, além de garantir o abastecimento de produtos seguros no mercado interno.

Fonte:
Ministério da Agricultura. Os avanços da defesa animal transformaram Brasil em potência exportadora de carne. Disponível em: http://www.agricultura.gov.br/ Acesso em: 05 ago 2008.