terça-feira, 26 de agosto de 2008

Gado orienta seu corpo de acordo com o campo magnético da Terra, diz estudo europeu

Os fazendeiros devem ser muito desligados, pois nenhum deles tinha percebido até hoje que bois e vacas, quando estão pastando ou descansando, tendem a alinhar seu corpo com o eixo norte-sul. E não estamos falando de orientação geográfica, e sim, magnética. Os bovinos, assim como corços e veados, percebem de alguma forma o campo magnético do planeta e usam-no como parâmetro para seu alinhamento em situações de ausência de estresse.Essa foi a conclusão de um estudo publicado esta semana no periódico norte-americano PNAS. O trabalho, realizado por pesquisadores alemães e tchecos, usou uma ferramenta pouco usual – o programa de visualização de imagens por satélite Google Earth.

Fonte:
Jornal da Ciência. Gado orienta seu corpo de acordo com o campo magnético da Terra. Disponível em: http://cienciahoje.uol.com.br/126775 Acesso em: 26 ago 2008.

quinta-feira, 21 de agosto de 2008

Bactéria se mata em prol das mais fortes

Em colônia de salmonela, sacrifício de algumas delas gera inflamação Bactérias como a salmonela podem agir como terroristas e se suicidar para que suas companheiras atinjam um objetivo maior: provocar uma infecção o mais virulenta possível. Segundo um estudo publicado hoje na revista científica britânica Nature (http://www.nature.com), essa "cooperação autodestrutiva" pode aparecer em populações por causa do benefício que fornece aos sobreviventes.Enquanto estudavam uma infecção de salmonela induzida em camundongos, os pesquisadores, liderados por Michael Doebeli, da Universidade de British Columbia (Canadá), observaram que certas bactérias se rompiam e liberavam moléculas causadoras de um processo de inflamação. Segundo os cientistas, esse comportamento funciona como um "ponto de apoio" para as outras bactérias em seu processo de "colonização" do organismo.Com isso, as sobreviventes ganhavam fôlego para provocar doenças como a enterocolite por salmonela, uma inflamação do intestino que pode causar cólicas, diarréia, vômitos, mal-estar e febre.Filantropia?Os pesquisadores afirmam que todos os indivíduos da população de bactérias têm os genes para sua autodestruição "desinteressada". No entanto, apenas um grupo de células realiza o sacrifício.Eles montaram um modelo matemático para mostrar como tal comportamento pode evoluir entre microrganismos que causam doenças. Se todos carregam os genes, mas apenas uma parte leva o plano adiante, os dados genéticos permanecem na colônia. Por isso, os genes continuarão presentes pelo benefício que conferem aos sobreviventes."Entender por que tantos patógenos exibem essa variação é essencial para o desenvolvimento de estratégias eficientes para seu controle", escrevem os autores na revista.

Fonte:
Jornal da Ciência. Bactéria se mata em prol das mais fortes. 21 agosto 2008. Disponível em: http://www.jornaldaciencia.org.br/Detalhe.jsp?id=58129 Acesso em: 21 ago 2008.

Brasil desenvolve nanodroga, menos tóxica

Pesquisas apontam que, além de minimizar efeito adverso, há eficácia Alexandre Gonçalves escreve para “O Estado de SP”: o Brasil já desenvolve seus primeiros medicamentos com nanotecnologia, uma das abordagens promissoras para a criação de drogas menos tóxicas e mais eficazes. Há 15 anos surgiram os primeiros grupos de pesquisa no País. Agora, antibióticos, anestésicos e quimioterápicos já são testados. Os progressos na área serão discutidos, hoje e amanhã, durante a 23ª Reunião Anual da Federação de Sociedades de Biologia Experimental (Fesbe), em Águas de Lindóia (a 170 quilômetros de SP). Nas terapias nanotecnológicas, o princípio ativo - principal substância do remédio - fica envolvido por uma "pequena caixa" - o nanocarreador. É como se o medicamento fosse empacotado para ser entregue no órgão no momento adequado para aumentar as chances de cura.A nanotecnologia, ciência que procura manipular a matéria no nível dos átomos e moléculas, é fundamental para construir os nanocarreadores. Muitas vezes, eles têm um diâmetro inferior a cem nanômetros. Para se ter uma idéia, um nanômetro equivale a milionésima parte de um milímetro. Um cabelo humano tem 100 mil nanômetros de espessura.ResultadosPacientes com câncer de fígado e pulmão costumam utilizar um quimioterápico injetável chamado doxorubicina que, ao cair na corrente sanguínea, espalha-se para todo o corpo, prejudicando tecidos sadios. A equipe do pesquisador Anselmo Gomes de Oliveira, da Universidade Estadual Paulista (Unesp), em Araraquara, colocou o remédio dentro de um nanocarreador construído com um nutriente muito consumido pelas células cancerosas. A maior parte do "alimento envenenado" foi digerida pelas células do tumor, causando sua destruição. A nova técnica diminuiu para um quinto a toxicidade.Na Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), o pesquisador Sócrates Tabosa do Egito envolveu o antibiótico amoxicilina com uma nanoestrutura magnética. Depois aplicou uma corrente elétrica no estômago de cobaias infectadas com Helicobacter pylori, bactéria capaz de causar úlceras. O medicamento, administrado por via oral, "estacionou" no órgão e penetrou na sua mucosa, liberando o antibiótico.O professor Antonio Tedesco, da USP de Ribeirão Preto aprimorou uma terapia para câncer de pele com o uso da nanotecnologia. Uma pomada tópica, em contato com uma fonte de luz vermelha, causa a morte das células cancerosas - o tratamento resultante é mais eficaz no combate a cânceres de pele mais profundos. O primeiro remédio nanotecnológico desenvolvido no Brasil deverá chegar ao mercado no fim de 2009. Será um anestésico desenvolvido pela equipe da pesquisadora Sílvia Guterrez, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul.

Fonte:
Jornal da Ciência. 21 de Agosto de 2008. Brasil desenvolve nanodroga, menos tóxica. Disponível em: http://www.jornaldaciencia.org.br/Detalhe.jsp?id=58116 Acesso em 21 ago 2008.

terça-feira, 5 de agosto de 2008

Os avanços da defesa animal transformaram Brasil em potência exportadora de carne

Os avanços da defesa animal transformaram Brasil em potência exportadora de carne
Brasília. Há 74 anos foi criado o Serviço de Defesa Sanitária Animal (SDSA) no Brasil, pelo Decreto nº 25.548, durante o governo provisório de Getúlio Vargas. De lá pra cá, o aprimoramento e os sucessivos avanços na área de saúde animal permitiram ao País se inserir cada vez mais no comércio internacional de carnes. O Brasil hoje é uma potência nesse setor e a qualidade do seu rebanho se revela nos números de exportação de carne para mais de 140 países. Está entre os maiores produtores e exportadores mundiais de carnes bovina, de aves e suína.
Antes da criação do SDSA, surgiu o primeiro desafio para a defesa animal, quando, em 1921, a medicina veterinária brasileira conquistou expressiva vitória ao erradicar a peste bovina. A doença ingressou no País por São Paulo, com as importações de bovinos de origem indiana que, antes de chegarem ao Brasil, aportaram em Antuérpia (Bélgica). No ano anterior, foi diagnosticada naquele país a epizootia que logo se espalhou para outros países da Europa. O episódio ensejou a criação, em 1924, da Organização Mundial de Saúde Animal que à época se chamava Escritório Internacional de Epizootias (OIE). O acordo de criação da OIE foi ratificado pelo Brasil e outros 23 países.
O regulamento, anexo ao decreto de criação do SDSA, previa normas para importação e exportação de animais e produtos de origem animal. Trazia, ainda, as regras para inspeção em portos e postos de fronteiras, para o trânsito de animais e para a fiscalização de mercados e feiras de animais vivos, além das medidas preventivas para combater as doenças infecto-contagiosas. A lei também concedia, aos serviços veterinários, livre acesso às propriedades rurais, estabelecimentos de criação, depósitos, armazéns, estações de trem, aeroportos, portos, navios atracados ou não, alfândegas e quaisquer outros lugares onde estivessem animais e despojos a inspecionar.
Entre as principais ações de defesa animal desempenhada pelo SDSA, destacam-se o controle da peste suína clássica, iniciado nas décadas de 1940 e 1950, hoje erradicada na maior parte do território nacional, e a luta contra a peste suína africana, constatada pela primeira vez no Rio de Janeiro, em 1978, e erradicada do Brasil desde 1984. Vale ressaltar também a erradicação da doença de Newcastle, o controle da raiva em herbívoros e o combate à tuberculose e brucelose bovinas.
A erradicação da febre aftosa no Brasil é um dos principais desafios da Secretaria de Defesa Agropecuária (SDA) do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). A doença foi constatada pela primeira vez no Brasil em 1895. Os últimos focos da doença ocorreram em 2006. Hoje, 18 unidades federativas são reconhecidas pela OIE como livre da febre aftosa. Apenas alguns estados das regiões Norte e Nordeste ainda são considerados de risco desconhecido.
Graças à intensificação das ações do Plano Nacional de Erradicação da Febre Aftosa (PNEFA) nas regiões Norte e Nordeste, a SDA tem expectativa de erradicar a doença, em todo o território nacional, até o ano de 2010. Além do PNEFA, o Departamento de Saúde Animal da SDA desenvolve o Programa Nacional de Sanidade Avícola (PNSA), o Programa Nacional de Saúde Suídea (PNSS), o Programa Nacional de Controle e Erradicação da Brucelose e da Tuberculose (PNCEBT), o Programa Nacional de Sanidade dos Eqüideos (PNSE), o Programa Nacional de Sanidade dos Animais Aquáticos (PNSAA), entre outros, e ainda regulamenta e controla a movimentação de animais e de produtos de origem animal no Brasil.
Na conjuntura do comércio mundial de alimentos, a saúde animal se torna cada vez mais essencial para o acesso a novos mercados e a manutenção destes, além de garantir o abastecimento de produtos seguros no mercado interno.

Fonte:
Ministério da Agricultura. Os avanços da defesa animal transformaram Brasil em potência exportadora de carne. Disponível em: http://www.agricultura.gov.br/ Acesso em: 05 ago 2008.