domingo, 6 de janeiro de 2008

Fernando de Noronha: um Paraíso e seus Aspectos Históricos

Fernando de Noronha é famoso pela sua beleza natural e é cercado por um mar de história. De acordo com registros históricos, esse arquipélago teria sido encontrado por navegadores antes mesmo da descoberta oficial do Brasil, em 1500, já que tais informações indicam quem os portugueses tinham estado na ilha em 1483. Em 1502 é indicado no Mapa de Cantino, a mais antiga representação cartográfica do Brasil e tido como primeiro planisfério a mostrar as terras descobertas nas grandes navegações.
No entanto, a historiografia só registra a primeira expedição a Noronha em 1503, quando Américo Vespúcio escreve suas célebres cartas, sendo que uma delas - que menciona um lugar paradisíaco - teria inspirado Thomas Morus em a "Utopia". Em 1510, uma tradução da "Carta a Soderine", de Vespúcio, teria chegado às mãos de Morus.
- A "ilha da utopia" seria Fernando de Noronha.
De acordo com historiadores, há suposições de que teria sido visitado no século XV por portugueses, mas a descoberta oficial é atribuída a Américo Vespúcio que esteve numa expedição comandada por Gonçalo Coelho, em viagem planejada e financiada por Fernão (ou Fernando) de Loronha, armador de navios ao arquipélago em 1503. Loronha ou Noronha explorou a costa brasileira entre 1503 e 1511.
Em Fernando de Noronha foi construído o maior sistema fortificado do século XVIII no Brasil: dez fortificações espalhadas em 17 quilômetros quadrados da principal ilha, e funcionou também como presídio. De 1737 a 1938, existia uma colônia correcional, onde recebia ladrões, assassinos, falsários e contrabandistas, os quais eram submetidos a rígidas jornadas de trabalhos. Até capoeiristas do Rio de Janeiro foram enviados para lá, em 1890. E entre 1938 e 1942, esse arquipélago recebeu presos políticos, de integralistas a comunistas. Em 1964, o lugar já não era mais um presídio e sim um território federal militar.
É importante destacar que a história de Fernando de Noronha tem importantes registros nas áreas de ciência e das artes. Em 1832 o arquipélago foi visitado por Charles Darwin, pai da Teoria da Revolução, na famosa viagem do Beagle que o conduziu anos depois à obra "Origem das Espécies" (1859).
O pintor e desenhista francês Jean Baptiste Debret integrou a Missão Francesa de 1816 e passou por Fernando de Noronha, a caminho do Rio de Janeiro. O pintor avistou do mar o Morro do Pico e se encantou por ele. O quadro pintado por Debret é o registro mais antigo do artista sobre o Brasil.

Referência Bibliográfica:
LINS, L. De Paraíso a presídio. História. Jornal O Globo. 2008.

Nenhum comentário: