No entanto, a historiografia só registra a primeira expedição a Noronha em 1503, quando Américo Vespúcio escreve suas célebres cartas, sendo que uma delas - que menciona um lugar paradisíaco - teria inspirado Thomas Morus em a "Utopia". Em 1510, uma tradução da "Carta a Soderine", de Vespúcio, teria chegado às mãos de Morus.
- A "ilha da utopia" seria Fernando de Noronha.
De acordo com historiadores, há suposições de que teria sido visitado no século XV por portugueses, mas a descoberta oficial é atribuída a Américo Vespúcio que esteve numa expedição comandada por Gonçalo Coelho, em viagem planejada e financiada por Fernão (ou Fernando) de Loronha, armador de navios ao arquipélago em 1503. Loronha ou Noronha explorou a costa brasileira entre 1503 e 1511.
Em Fernando de Noronha foi construído o maior sistema fortificado do século XVIII no Brasil: dez fortificações espalhadas em 17 quilômetros quadrados da principal ilha, e funcionou também como presídio. De 1737 a 1938, existia uma colônia correcional, onde recebia ladrões, assassinos, falsários e contrabandistas, os quais eram submetidos a rígidas jornadas de trabalhos. Até capoeiristas do Rio de Janeiro foram enviados para lá, em 1890. E entre 1938 e 1942, esse arquipélago recebeu presos políticos, de integralistas a comunistas. Em 1964, o lugar já não era mais um presídio e sim um território federal militar.
É importante destacar que a história de Fernando de Noronha tem importantes registros nas áreas de ciência e das artes. Em 1832 o arquipélago foi visitado por Charles Darwin, pai da Teoria da Revolução, na famosa viagem do Beagle que o conduziu anos depois à obra "Origem das Espécies" (1859).
O pintor e desenhista francês Jean Baptiste Debret integrou a Missão Francesa de 1816 e passou por Fernando de Noronha, a caminho do Rio de Janeiro. O pintor avistou do mar o Morro do Pico e se encantou por ele. O quadro pintado por Debret é o registro mais antigo do artista sobre o Brasil.
Referência Bibliográfica:
LINS, L. De Paraíso a presídio. História. Jornal O Globo. 2008.
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