terça-feira, 1 de setembro de 2009

Qualidade dos Moluscos Bivalves

          Escrevi a matéria "Qualidade dos Moluscos Bivalves" para o site http://www.circuitolargodomachado.com.br/
           Segue abaixo a matéria.

Abraços,
Cristiane Miranda
Os moluscos bivalves marinhos (ostras e mexilhões) são consumidos in natura, tornando-os um alimento de alto risco para a saúde público.
A ostra é um molusco bivalve e o controle de seu habitat é de extrema importância e está diretamente relacionado à qualidade da matéria-prima a ser consumida. O crescimento bacteriano estimulado pelo despejo de esgoto e eflúvios de usinas e fábricas contribuem alterando completamente o ecossistema. Os poluentes da água podem ser compostos inorgânicos de metais, tais como: chumbo, mercúrio, e outros; ou micro-organismos, como: bactérias, vírus e protozoários, além de diversos helmintos. Outros contaminantes, pesticidas, detergentes, refugos químicos, petroquímicos e industriais também podem estar presentes na água.
No Brasil, as ostras são comumente consumidas in natura com algumas gotas de limão, enquanto mexilhões são levemente aquecidos para a retirada do molusco das valvas e por vezes servidos imediatamente. Os bivalves se constituem num sério risco de veículo de agentes microbianos. O exame periódico da qualidade microbiológica da água e dos moluscos bivalves pode indicar presença de micro-organismos patogênicos. Nesses moluscos, há uma circulação de água dentro do corpo, e bactérias e vírus podem ser filtrados ou mesmo estar presentes no trato digestivo ou em algumas partes do corpo desses animais.
O Vibrio cholerae é o agente etiológico da cólera. A água não tratada e os alimentos contaminados têm participação determinante na transmissão desse agente para o homem. A cólera está relacionada com más condições de saneamento ambiental.
O Vibrio parahaemolyticus pode ser transmitido através dos alimentos e o período de incubação ocorre entre 12 e 24 horas após a ingestão de alimentos contaminados, podendo, contudo os sintomas se iniciarem em uma faixa de 4 a 30 horas. Diarréia líquida, cólica abdominal, náusea, vômitos, dor de cabeça, febre e calafrios são sintomas que podem estar presentes. Ocasionalmente, diarréia com sangue ou muco pode ser observada.
É importante ressaltar que vinagre (ácido acético) e limão não inviabilizam tais micro-organismos.
Pode-se concluir que é relevante e necessária a adoção de medidas preventivas para o controle de veiculação dos referidos agentes. Essas medidas incluem: a seleção de área de captura desses organismos (área selecionada de águas livres de contaminação), a depuração após captura, o controle de água e algas que as ostras usam como alimento, seguida de depuração. Uma outra medida possível para controlar a contaminação é a irradiação ionizante. Salmonella sp, Shigella sp, Escherichia coli O157:H7 e Vibrio cholerae toxigênico podem estar presentes nesses animais causando doenças transmitidas por alimentos (DTA). Na ocorrência de caso de surto alimentar (2 ou mais casos), deve-se realizar a notificação imediata às Vigilâncias Sanitária e Epidemiológica locais.

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