quarta-feira, 19 de dezembro de 2007

Produção da aqüicultura pode chegar a 757 mil toneladas em quatro anos

O Desafio é crescer no Brasil. Estima-se que a produção da atividade pode chegar a 757 mil toneladas de produção em 2011, caso as potencialidades do país sejam aproveitadas nos próximos anos. A aqüicultura é a produção em cativeiro de peixes, moluscos, crustáceos, algas, ostras e outros organismos aquáticos.
O estudo, realizado pela Universidade Federal do Paraná, foi lançado hoje (18), em cerimônia no Palácio do Planalto, pela Secretaria Especial de Aqüicultura e Pesca da Presidência da República (Seap), em parceria com Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO).
Para os pesquisadores, o Brasil tem condições de aumentar a produção aqüícola, ainda tímida em comparação à mundial. De acordo com o estudo, em 2004, o Brasil produziu 270 mil toneladas de pescado em cativeiro, enquanto a atual produção no mundo é de quase 150 milhões de toneladas.
Eles apontam como potencialidades brasileiras o fato de o país ter 7.367 quilômetros de costa, 3,5 milhões de hectares de água represada em reservatórios de hidrelétricas e clima tropical, além de deter 13,8% da água doce mundial, dispor de água doce na maior parte das regiões e ser auto-suficiente na produção de grãos.
A disponibilidade de mão-de-obra e demanda de mercado são outros pontos positivos. Conforme o estudo, o brasileiro consome de seis a sete quilos de pescado por ano, o que gera demanda de 1,1 milhão de toneladas anuais, sendo que a produção atual é de 270 mil toneladas.
Segundo o estudo, a demanda de mercado no país já é cerca de quatro vezes maior que a produção aqüícola. "Obviamente, a aqüicultura não tem e nunca terá condições de suprir toda essa demanda, pois muitas espécies requeridas pelo mercado não apresentam características técnicas ou biológicas necessárias para serem cultivadas comercialmente", diz o estudo. Mesmo assim, acrescenta a publicação, grande parte da demanda interna poderá ser suprida pela aqüicultura, mesmo sem necessidade de abertura de novos mercados. "Para isso, é necessário que se tenha produção em escala e a preços competitivos.”
No entanto, o trabalho cita vários gargalos que impedem o desenvolvimento do setor, como falta de beneficiamento do pescado, burocracia no acesso a linhas de crédito e ausência de políticas públicas adequadas.
Em um cenário pessimista, os pesquisadores estimam que a produção fique em 323 mil toneladas em 2011. “A determinação de qual das curvas, otimista ou pessimista, se tornará realidade e dependerá fundamentalmente das ações a serem adotadas pelo governo brasileiro”, alerta o estudo.

Fonte: Agência Brasil

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