O fenômeno gosto de luz gout de lumière foi identificado pela primeira vez, em Bento Gonçalvez, no Brasil, nas décadas de 60 e 70, no controle de qualidade relacionado à etapa de estabilização dos vinhos espumantes. Tal fato foi verificado em amostras de ensaio e de observação da estabilização dos vinhos com gás carbônico pelo procedimento Charmat. Esse fenômeno se formava em garrafas de espumante de cor branca, uma semana após as amostras terem sido expostas à luz solar indireta, e os raios solares terem atravessado o vidro simples. A intensidade do referido fenômeno estava diretamente relacionada às horas de permanência do vinho à luz. E igualmente, o gosto de luz se tornava mais intenso quando o vinho continha teores de sacarose, nos vinhos espumantes na designação meio-doce.
Em 1980, os autores franceses expuseram a hipótese do fenômeno de luz, mencionando que uma exposição muito prolongada de certa fontes luminosas provocaria modificação do poder filtrante da garrafa e uma mudança nas técnicas vitivinícolas.
De acordo com Splendor (2003), a composição do vidro aumenta a intensidade do fenômeno. Há o aparecimento do processo de redução catalizado pela luz e de sulfurosos pela oxidação dos mercaptanos.
Pode-se concluir que a exigência prévia de ensaios de controle acerca da vidraria, transporte e acondicionamento das embalagens se constituem num relevante conjunto, o qual é condição sine qua non para a manutenção da qualidade do vinho.
Referência bibliográfica:
SPLENDOR, F. Vinhos: degustação e serviço, saúde, enoturismo. Rio de Janeiro: Educs. 2003. 387 p.
Nenhum comentário:
Postar um comentário